Magalhães e Silva, advogado de Luís Filipe Vieira, falou aos jornalistas à saída do Tribunal Central de Instrução criminal em Lisboa. Questionado se o seu cliente estava a par das mudanças na liderança do Benfica, onde Rui Costa foi nomeado presidente,  o advogado de Vieira respondeu assim

"Rui Costa na presidência? Não falámos sobre isso. Se sabe? Tanto quanto me apercebi, não", atirou.

Sobre o adiamento do interrogatório de Luís Filipe Vieira, Magalhães e Silva disse que era inevitável.

"Percebeu que os interrogatórios demoraram, começar agora representaria enorme violência para prestar as declarações que quer prestar com todos cansados. Não há nada mais cansativo que uma espera de um dia inteiro", disse o advogado à saída do Tribunal.

Magalhães e Silva garantiu ainda que Luís Filipe Vieira, que suspendeu o mandato de presidente do Benfica, vai prestar declarações ao juiz de instrução criminal no âmbito do processo 'cartão vermelho'.

"Vai prestar declarações. Não há nenhuma razão para que não responda, a não ser que seja alguma coisa de inconveniente lhe seja perguntada. Agora, à matéria da indiciação vai responder a todas as questões", disse o advogado.

À saída do Tribunal Central de Investigação Criminal (TCIC), Magalhães e Silva disse esperar que o interrogatório a Luís Filipe Vieira, que vai decorrer no sábado, seja longo e que as medidas de coação sejam conhecidas no mesmo dia.

Luís Filipe Vieira será o último a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, no TCIC, no âmbito do processo ‘cartão vermelho’.

Segundo o comunicado do Conselho Superior de Magistratura, depois do interrogatório de Bruno Macedo, que terminou às 14:16 horas, seguiu-se o de Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, o último a ser ouvido hoje. Esta manhã, já o empresário José António dos Santos tinha prestado declarações ao juiz Carlos Alexandre.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

*Artigo atualizado