Este valor "corresponde a dez por cento do orçamento da SAD" e inclui "a renda, todos os custos de funcionamento, com jogadores, treinadores, funcionários etc.", mas Pedro Mil-Homens menciona também "um conjunto de receitas" que a Academia gera directamente, as quais "ascendem hoje a 1,3 milhões de euros".
"Temos cerca de 300 jogadores, 150 em cada um dos pólos - a Academia e o estádio universitário - e uma equipa por cada ano de nascimento", esclarece Pedro Mil-Homens, embora nalguns casos, como nos sub-14, não seja assim.
A Academia do Sporting foi quarta-feira distinguida com o certificado de qualidade ISO9001:2008 e recebeu também o reconhecimento do primeiro nível de excelência, que em Portugal é atribuído pela Associação Portuguesa para a Qualidade.
O Sporting tem equipas desde os sub-8 aos sub-19, que é a equipa de juniores, mas as mais jovens, "entre os sub-8 e sub-13 trabalham no estádio universitário", ao abrigo de um protocolo entre o clube e aquela entidade, e as outras, "entre os sub-14 e sub-19, funcionam na Academia".
Neste escalão o Sporting tem "duas equipas por cada ano de nascimento", ou seja, naquelas que se processa a transição entre os iniciados e os juvenis, o que se traduz "num volume de jogadores muito considerável".
Para Pedro-Mil Homens "a natureza do recrutamento e selecção de jovens jogadores exige quantidade e paciência para esperar por frutos" para serem colhidos, razão pela qual se trata de "uma actividade com custos e que não se pode desenvolver sem investimento".
Em relação ao número de treinadores, o director da Academia referiu a existência de "quatro a tempo inteiro e vários a tempo parcial", o que perfaz um número global que ronda "uma dúzia, talvez um pouco mais".
Em termos do acompanhamento escolar dos jogadores, Pedro Mil-Homens alude aos protocolos que estabeleceu com as escolas básicas e secundária de Alcochete por forma a "compatibilizar a actividade de jovens de 15,16 e 17 anos que têm de treinar todos os dias com uma semana escolar preenchida com aulas todos os dias".
"Temos conseguido com dificuldade articular transportes, horários de aulas e de treinos, graças ao apoio das escolas de Alcochete", refere Pedro Mil-homens, que destaca a "acção do gabinete psico-pedagógico" que existe na Academia, constituído por "quatro psicólogas e professoras".
Este gabinete, "além do acompanhamento do dia-a-dia, da relação com as escolas, com os directores de turma, com os pais dos jovens", organizam na Academia um gabinete de "estudo acompanhado", formado por "grupos de trabalho em função das dificuldades de cada um dos jovens e do seu nível escolar".
Pedro Mil Homens considera tratar-se de uma "tarefa ciclópica" que envolve 59 jovens, aqueles que se encontram a viver na Academia, cujos níveis escolares são diferenciados, havendo bons maus e médios alunos.
"Não somos um oásis, vivemos em Portugal, temos os alunos que temos, com as dificuldades dos sistema educativo português, com as taxas de abandono escolar, que têm o sonho e a aventura de quererem ser jogadores de futebol.
Uma tarefa que Mil-Homens diz ser "difícil de compatibilizar", como é a de "gerir expectativas de quem pensa, às vezes precocemente e com exagerada pressão dos pais e uma certa desfocalização da realidade, que vai ser profissional de futebol e que a escola não é a sua principal actividade".
O director da Academia do Sporting acredita que "vem aí uma boa fornada de jogadores de talento que irão impor-se na equipa principal a curto prazo" e dá um exemplo.
"Em 2001 dissemos ao nosso treinador da época que ele tinha o melhor júnior do mundo - ele tinha dúvidas - que era o Cristiano Ronaldo, embora o jogador da época fosse o Quaresma", conta Pedro Mil-Homens, para quem a formação do Sporting conta hoje com alguns jogadores de nível mundial nas escolas de formação que irão emergir em breve.
Comentários