Rui Alves, presidente demissionário do Nacional, formalizou hoje a sua candidatura à presidência da Liga Portuguesa Futebol Profissional (LPFP), assumindo que pretende "socializar o futebol português", distribuindo por todos os clubes a receita gerada pela instituição.
O dirigente madeirense apresentou na tarde de hoje as formalidades processuais da sua candidatura, na sede da LPFP, no Porto, fazendo-se acompanhar por Paulo de Carvalho e Paulo Teixeira, que decidiram abdicar da intenção de candidatura para apoiar Rui Alves.
“A minha candidatura é a da socialização do futebol português. Comigo, não vai ser possível que nesta indústria, que produz anualmente 300 milhões de euros de negócio, apenas quatro clubes sejam beneficiados e especialmente dois", afirmou o candidato.
Sem especificar "os dois clubes" que durante a intervenção enumerou por diversas vezes, Rui Alves "pediu mais respeito pelos outros membros da Liga".
"O futebol português tem de caminhar no sentido de respeito pelos diversos emblemas. Temos que acabar com dois ganharem tudo e os outros pagarem", disse o antigo presidente do Nacional.
Rui Alves questionou: “Como é possível ligar a Liga quando há dois interesses inconciliáveis, mas que estão unidos pelo dinheiro, levando parte dos que os outros produzem. Não há união possível”.
O candidato não se esquivou a comentário: “É caricato ver numa assembleia de clubes dirigentes que chamam a outros ‘velhos gagás’ ou ‘paus mandados’ ou ‘caloteiros', mas, depois, na questão do dinheiro, unem-se em torno de um candidato".
Ainda em jeito de crítica, mas desta vez direcionada para a candidatura do adversário Fernando Seara, Rui Alves considerou que o cargo de presidente da Liga não se coaduna com "tráfico de influências".
"É falso que se transmita que o próximo presidente da Liga tem de ter influência política e no mercado económico. Quem diz isso, é porque considera que esta é uma indústria fraca. O futebol só será fraco quando depender de tráfico de influências políticas e económicas", vincou.
Apesar de não ter elencado todas as medidas do seu programa, Rui Alves foi deixando algumas ideias que achou serem importantes aplicar no futebol português, nomeadamente “a regulamentação das transmissões televisivas”, “a regulamentação das comunicações dos dirigentes desportivos” ou a "promoção do golo" e a “melhoria da competitividade dos campeonatos”.
Além da já divulgada escolha para presidente da Assembleia Geral, que recaiu em Gilberto Madail, Rui Alves apresentou hoje o nome de António Trabulo para presidente do Conselho Fiscal.