O longo caminho para a maratona do título do FC Porto arrancou precisamente no Dragão, numa goleada ao Estoril por 4-0. Durante este percurso de 32 jornadas, só duas equipas lograram bater os rapazes de Sérgio Conceição. Uma caminhada consistente, que teve passadas largas no Dragão, mas alguns percalços fora de portas.

Durante a época, a regularidade da equipa de Sérgio Conceição permitiu-lhe estar 25 jogos sem perder, facto que o ajudou a 'cavar' um fosso de cinco pontos para os rivais Sporting e Benfica.

‘Dragão’ campeão também nos clássicos

No campeonato entre os 'três grandes' a vitória ‘sorriu’ também ao FC Porto. A equipa de Sérgio Conceição começou com dois empates na primeira volta, ambos 0-0: primeiro em Alvalade com o Sporting, na 8.ª jornada e depois em casa com o Benfica, na 13.ª jornada. Este embate com o Benfica tinha ganho 'vida' já que, na ronda anterior, a equipa de Conceição tinha deixado dois pontos na Vila das Aves, naquele que foi o primeiro jogo sem ganhar frente aos ditos 'pequenos'. O clássico frente aos 'encarnados' ganhava novo sabor já que o FC Porto, em caso de vitória, deixaria o Benfica a seis pontos da liderança.

Na segunda volta tudo foi diferente. A equipa de Conceição começou por levar a melhor sobre o Sporting no Dragão, ganhando assim vantagem sobre os 'leões' em caso de desempate no confronto direto. Na 25.ª jornada, Marcano começou por dar vantagem aos azuis-e-brancos mas o jovem Rafael Leão empatou em cima do intervalo. No segundo tempo seria Brahimi a selar o triunfo, num jogo em que o Sporting foi melhor no segundo tempo.

Mas o 'jogo do título' estava reservado para a 30.ª jornada na Luz, frente ao Benfica que tinha assumido a liderança na ronda anterior. Perante o grande rival e depois de uma primeira parte dividida, embora com sinal mais para os de Rui Vitória, a equipa de Sérgio Conceição tomou conta do jogo no segundo tempo, arriscou mais e foi recompensada com um golo de Hector Herrera, ele que até há bem pouco tempo era mal-amado no Dragão. Um remate de fora da área aos 90 minutos atirou o Dragão novamente para a liderança, para nunca mais a lagar.

Derrotas surpresas na Capital do Móvel e em Belém

As duas derrotas seguidas fora de portas colocaram algumas dúvidas sobre a capacidade da equipa de Conceição em atingir o título. O plantel era curto, todos o sabiam, e as lesões musculares de jogadores-chave como Aboubakar, Marega e Danilo levaram os críticos a questionar se Conceição seria capaz de manter o ‘comboio’ em andamento. Os cinco pontos de vantagem sobre o Benfica 'esfumaram' num instante e atiraram os 'dragões' para o segundo posto, num período que coincidiu com a ausência de Marega. O principal marcador dos 'dragões' na Liga tinha contraído uma lesão muscular frente ao Sporting na 25.ª ronda. Sem Marega, a equipa de Conceição perdeu com Paços de Ferreira (1-0) e Belenenses (2-0) e venceu o Boavista e o Desportivo das Aves por 2-0.

Na Capital do Móvel, o FC Porto sentiu inúmeras dificuldades para criar lances de golo que quando teve oportunidade, desperdiçou-as. Com o Belenenses voltou a acontecer o mesmo, embora nesse jogo tenha sido a defesa a 'meter água'.

Este período coincidiu com a 'seca' de golos dos avançados. Otávio, Felipe, Herrera e Alex Telles fizeram os quatro tentos nestes quatro encontros para a Liga.

Empates que não estavam nos planos

O primeiro dissabor na caminhada para o título apareceu na ronda 12. A 25 de novembro, um empate a uma bola na Vila das Aves deixava o Sporting a apenas dois pontos da liderança. O jogo seguinte, frente ao Benfica, ganhava nova importância. Frente ao Desportivo das Aves, Ricardo deu vantagem aos ‘dragões’, mas Vítor Gomes empatou aos 63, num encontro onde o FC Porto contestou e muito a arbitragem de Rui Costa, por não ter assinalado um suposto penálti sobre Danilo aos 92 minutos.

Na 20.ª jornada, novo empate perante uma equipa que lutava pela permanência. O 0-0 na deslocação ao terreno do Moreirense permitiu nova aproximação do Sporting, que voltou a estar a dois pontos dos azuis-e-brancos.

A primeira volta acabou por correr muito melhor a este 'dragão', que perdeu seis pontos na primeira metade do campeonato (três empates com Sporting, Aves e Benfica) e oito no segundo turno (derrotas com Moreirense e Belenenses e empate com Moreirense).

Nesta caminhada rumo ao título, destaque para as sete vitórias seguidas nas primeiras rondas e os 25 jogos sem perder na Liga. A maior 'seca' de triunfos aconteceu em apenas dois jogos (empates com Desportivo das Aves fora e Benfica em casa).

Resumindo, em casa, o FC Porto somou 15 vitórias e um empate, marcou 50 golos e sofreu nove, num total de 49 pontos. Fora de portas, venceu onze, perdeu dois e empatou três jogos, num total de 34 pontos. Os 'dragões' marcaram 29 golos e sofreram oito. Das 27 vitórias, oito foram conseguidas pela margem mínima. Apesar disso, os 'dragões' foram a equipa com mais goleadas na Liga: nove ao todo, oito delas em casa.