O português de futebol André Villas-Boas admitiu hoje que o Chelsea foi um desafio prematuro na sua carreira de treinador de futebol, cujo início se ficou a dever a discordâncias com o “ídolo” José Mourinho.

“A experiência no Chelsea foi demais e demasiado cedo. Eu não era flexível como treinador nessa altura. Era comunicativo, mas não era flexível na minha abordagem. No Tottenham aprendi a ser diferente”, afirmou o técnico luso, numa conferência em Amesterdão.

O antigo treinador de Académica, FC Porto, Chelsea, Tottenham e Zenit São Petersburgo reconheceu que um técnico deve “viver o dia-a-dia”, com o objetivo do “desempenho do grupo”.

“Mas todos os jogadores necessitam de uma resposta diferente do treinador, não podes ser igual para todos. No Chelsea o grupo era mais importante e eu fiquei preso aos meus métodos demasiado tempo”, admitiu Villas-Boas, que orientou os ‘blues’ em 2011/12, depois de uma temporada no FC Porto e outra na Académica.

Aos 38 anos, Villas-Boas reconheceu passou os “melhores momentos da vida formativa como treinador” enquanto trabalhou com José Mourinho, no FC Porto, no Chelsea e também no Inter Milão.

“Trabalhar com ele leva-te para outro nível. Apaixonas-te por ele e ele torna-se o teu ídolo. Eu queria ser como ele, saber tudo o que ele sabia e absorver toda a informação que me estava a dar. Então ficas do lado oposto ao do José e as coisas mudam, percebes que foste cegado por alguém. Ele tem a capacidade fascinante de tirar o melhor de ti, que tem boas ou más consequências para as pessoas. A minha foi de que ao argumentar ou discordar com ele comecei a minha carreira de treinador”, explicou.

Durante a sua comunicação, Villas-Boas foi ainda questionado sobre as suas experiências anteriores na Liga inglesa, criticando a “pressa” na obtenção de resultados, em particular nos ‘spurs’.

“O Daniel Levy é um especialista em despedir treinadores. Mas, na Liga inglesa, não há tempo para projetos a longo prazo”, rematou.