Ole Gunnar Solskjaer é por estes dias uma figura contestada e uma voz pouco consensual no banco do Manchester United. A derrota, catastrófica, diga-se de passagem frente ao rival Liverpool (5-0) deixou marcas profundas que só poderão ser saradas com vitórias. O norueguês sabe disso e tem a noção de que os próximos jogos serão fundamentais para a sua manutenção do cargo.
São três derrotas em quatro partidas - registo pouco habituais para um clube com as ambições e com o nível de investimento do 'colosso inglês'. Os ingleses do 'Manchester Evening News' escrevem que a direção do clube decidiu-se por segurar o técnico, até porque parece não se vislumbrar, para já, um candidato à altura da sucessão.
Na conferência de imprensa de antevisão da partida com o Tottenham, após o naufrágio frente a um rival histórico, Solskjaer mostrou-se confiante do que melhores ventos virão, assegurando que a equipa trabalhou para dar a volta ao momento negativo: "Como estou? Bem, porque não deveria estar. Foi uma semana difícil, como é óbvio, mas tivemos que lidar com o jogo e a exibição frente ao Liverpool, que já dissecamos, não foi boa o suficiente, mas faz parte do processo", começou por referir.
“Já passei por alguns maus momentos aqui, enquanto jogador e enquanto treinador, tive de lidar com essas contrariedades. Acho que já houve, pelo menos, duas ou três crises desde que me tornei treinador do Manchester United, mas posso garantir que darei sempre o máximo e não deixarei de lutar”, continuou.
"Tivemos uma boa semana de trabalho, tenho que dizer isso, mas precisamos de uma reação, de um [bom] resultado, de uma [boa exibição]. Estivemos bem ao nível da abordagem, estratégia, planos de jogo, taticamente, tecnicamente e sinto que os rapazes estão prontos para dar o melhor, aliás como sempre. Não estivemos bem frente ao Liverpool, estivemos longe do nosso melhor", admitiu o técnico, ciente de que o momento terá que ser de viragem obrigatoriamente.
Sem escudos protetores, Solskjaer abordou também as críticas e as vozes de contestação que se mostram contra a sua permanência em Old Trafford: "Penso que elas afetam toda a gente. O Mikel Arteta (treinador do Arsenal) falou precisamente sobre o que os treinadores têm que lidar em determinadas situações e habituamo-nos a isso".
O timoneiro norueguês diz estar mais "focado do que nunca", desmentindo ainda qualquer problema com Pogba, depois da imprensa britânica ter dado conta de um alegado mal estar entre treinador e o médio no final da partida com os 'reds', o que também foi negado pelo centrocampista.
"Não podemos aceitar que se inventem e se digam mentiras. O Paul [Pogba] disse-me o que publicou. Somos melhores que isso, e este grupo vai sempre defender-se e tomar uma posição. Opiniões e análises tudo bem, agora mentiras sobre mim não", referiu, deixando ainda um aviso: "Quando recebemos críticas vamos para a trincheiras e eu vi a reação esta semana."
A equipa de Manchester atravessa um ciclo muito negativo na Premier League, depois de ter somado três derrotas nos últimos quatro jogos frente a Liverpool, Leicester e Aston Villa. Somou ainda um empate frente ao Everton. Na classificação, a equipa de Ronaldo, Bruno Fernandes e Diogo Dalot ocupa um modesto 7.º lugar a oito pontos do líder Chelsea.
Este sábado há novo teste de elevado grau de dificuldades, em Londres, na casa do Tottenham de Nuno Espírito Santo em partida da 10.ª jornada.
Comentários