O futebolista português Cristiano Ronaldo ‘aterrou’ no Manchester United como uma promessa, em forma de miúdo franzino e habilidoso, e, em seis épocas, ganhou músculo e, ‘moldado’ por Alex Ferguson, chegou ao topo do mundo.
Pelos ‘red devils’, cumpriu quase um terço (292) dos 1.000 jogos de carreira, que pode completar no domingo, e arrebatou os principais troféus individuais e coletivos, nomeadamente a Liga dos Campeões e o prémio de melhor do ano (FIFA e Bola de Ouro).
De 2003/04 a 2008/09, o português também conquistou para sempre o coração dos adeptos do United, que ajudou a conquistar nove títulos, com uma série de exibições empolgantes e memoráveis, muitas nem coroadas com golos. Era, de início, um extremo puro.
No total, foram, ainda assim, mais de uma centena (118) os tentos que marcou com a camisola do conjunto de Manchester, 46 dos quais (39%) na gloriosa época 2007/08, a da conquista da ‘Champions’, a terceira e ainda última da história do clube.
A aventura de Ronaldo no United começou ainda com a camisola Sporting, na inauguração da nova casa dos ‘leões’, com o ‘28’, colocado à esquerda do ataque, a convencer Ferguson com o seu estonteante drible em velocidade.
Seis dias depois, a 12 de agosto de 2003, assinou pelos ‘red devils’, a troco de 15 milhões de euros, e, nas costas, foi-lhe colocado o ‘7’, de ‘monstros’ como George Best, Brian Robson, Eric Cantona ou David Beckham. Uma premonição.
O ‘miúdo’ não se assustou e, quatro dias e dois treinos volvidos, estreou-se na Premier League: 29 minutos chegaram para encantar, numa atuação com personalidade, velocidade e eficácia, tudo pautado com toques de ‘imensa’ classe.
Foi, pode dizer-se, ‘amor à primeira vista’, com Ronaldo a justificar a aposta de Ferguson, que, sabiamente, lhe doseou os minutos em 2003/04 – só 24 de 40 jogos como titular -, época em que, ao 93.º jogo da carreira, conquistou a Taça de Inglaterra, com um golo na final ao Milwall (3-0), em 22 de maio, em Cardiff.
As duas épocas seguintes foram de consolidação individual e afirmação definitiva no ‘onze’, mas, em pleno domínio do Chelsea, de Mourinho, quase sem títulos, exceção a uma Taça da Liga, em 2005/06, com mais um tento de Ronaldo na final, com o Wigan (4-0).
A partir de 2006/07, o United voltou, porém, a assumir a liderança do futebol inglês, conquistando três campeonatos consecutivos, já, indiscutivelmente, com Ronaldo como grande figura, ao lado de uma série de ‘enormes’ jogadores, casos de Giggs, Scholes, Rooney, Ferdinand, Van der Sar, Evra ou Vidic.
O internacional português destacou-se, sobretudo, em 2007/08, com 46 golos, em 61 jogos, sendo decisivo na conquista da Premier League e da ‘Champions’, provas em que foi o melhor marcador.
A felicidade também o acompanhou, nomeadamente, na final da ‘Champions’, em Moscovo, em 21 de maio de 2008, no 344.º jogo da carreira: inaugurou o marcador, aos 26 minutos, de cabeça, nas alturas, mas, aos 45, Franck Lampard igualou para o Chelsea.
O vencedor acabou por decidir-se nos penáltis e, ao quinto, o português foi o primeiro a falhar. Ninguém o ‘imitou’ e, ao 10.º, o ‘capitão’ John Terry teve o primeiro título europeu do Chelsea nos pés, só que escorregou e atirou ao lado... salvando Ronaldo e o United, que viria a ganhar o desempate por 6-5.
Ronaldo arrebatou o prémio FIFA e a Bola de Ouro, além da Bota de Ouro, mas já não estava satisfeito no United, como confirmou numa bem menos esplendorosa época 2008/09 (27 golos, em 60 jogos), mesmo vencendo Premier Legue, Mundial de clubes e Taça da Liga.
O ciclo fechou-se em 27 de maio de 2009, em Roma, no 407.º jogo da carreira, com um desaire por 2-0 face ao FC Barcelona, e ao rival Lionel Messi, na final da ‘Champions’.
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