A Premier League já iniciou os procedimentos para rescindir os direitos de transmissão televisiva da competição de futebol na Rússia, na sequência da ofensiva militar russa na Ucrânia, segundo informam hoje vários órgãos de comunicação social britânicos.
De acordo com a imprensa britânica, o presidente-executivo da Premier League, Richard Masters, já deu instruções aos advogados para promoverem a anulação de contratos com emissoras de televisão russas.
Os direitos russos para a presente temporada estão estimados em cerca de 7,2 milhões de euros (ME), valor irrisório no bolo global das retransmissões para o exterior, de 1500 ME para o período entre 2019 e 2022.
A Rambler, subsidiária do Sberbank, que vai deixar de operar na Europa, devido às sanções contra o país, detém os direitos e os jogos são exibidos na plataforma de streaming Okko.
Ainda assim, a Match TV, de propriedade da gigante de energia Gazprom, que viu o seu apoio agora rejeitado por vários clubes e organismos ligados ao futebol europeu, ganhou o contrato para as próximas seis temporadas.
A Liga Inglesa de Futebol (EFL), que administra os direitos da segunda à quarta divisões, também deve rescindir os seus compromissos com o mesmo interlocutor russo.
No último fim de semana, a Premier League decidiu promover manifestações de solidariedade com a Ucrânia antes de cada uma das 10 partidas da 28.ª jornada.
Os ‘capitães’ das 20 equipas da competição usaram braçadeiras com as cores da bandeira ucraniana, foi organizado um minuto de aplausos antes do pontapé de saída e transmitidas mensagens de solidariedade nos painéis luminosos.
Na sexta-feira, a China tinha cancelado a transmissão dos jogos da liga inglesa, precisamente para evitar a difusão das mensagens de apoio à Ucrânia previstas para o fim de semana.
Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, tendo, por um lado, defendido que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas, mas, por outro, sido contra as sanções impostas contra a Rússia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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