A azáfama noticiosa em torno do futuro de Rúben Amorim está longe, muito longe, de ser uma realidade exclusiva da imprensa nacional.

Depois da Alemanha, que deu o técnico leonino como certo para suceder Jurgen Klopp no comando do Liverpool, é o 'Independent', jornal britânico de referência, a dedicar algum do seu precioso espaço ao "treinador favorito" para liderar os 'reds' já a partir da próxima época, depois de oito anos sob a orientação do carismático alemão.

O ponto de partida desta viagem ao mundo de Rúben Amorim nasceu do suposto acordo verbal, com a duração de três anos, entre Amorim e o Liverpool, apesar dos 'reds' terem negado através de fonte próxima a existência de qualquer entendimento.

Quanto ao técnico português, tem fugido como pode às perguntas da comunicação social portuguesa, garantindo que o foco está no Sporting e reafirmando, vezes sem conta, que deixará Alvalade se não conquistar títulos. Ora, olhando para a tabela do campeonato, percebemos facilmente que o mais provável é conquistar - o que, de qualquer forma, também não garante a sua continuidade em Alvalade - para desconsolo da grande maioria dos adeptos.

O interesse em Amorim, alerta o jornal britânico, estende-se ao Bayern de Munique e ao Barcelona que, à semelhança do Liverpool, também já sabem que Tuchel e Xavi ficarão apenas até ao final da temporada.

A quebra da seca em Alvalade e a quezília com Jorge Jesus no Benfica

No cartão de visita escolhido pelo jornal inglês para apresentar Amorim vem estampado o enorme feito do técnico ter quebrado em Alvalade uma seca de títulos de campeão nacional, que durou 19 anos. E, de facto, talvez seja a maior marca deixada no Sporting desde a sua chegada, apesar de ter conquistado mais troféus.

Mas num ápice o 'Independent' puxa a fita atrás para traçar o perfil de Rúben Amorim enquanto jogador, lembrando que "foi no Estádio da Luz onde passou a maior parte dos seus dias de jogador, fazendo 154 jogos em seis temporadas, nas quais caiu quase sempre nas graças do técnico de longa data Jorge Jesus, jogando principalmente no meio-campo central, mas também utilizado na direita."

Quase sempre, escreveu o jornal, já que a quezília entre Amorim e Jesus não ficou esquecida. "Amorim criticou as escolhas de Jesus e recusou-se a treinar com os suplentes após uma partida. Como resultado, passou 18 meses emprestado ao rival Braga, de janeiro de 2012 ao verão de 2013", pode ler-se.

Apesar disso, lembra o diário, Amorim regressou à Luz para fazer a sua melhor época de sempre, ao conquistar três títulos ao serviço das águias. Um período feliz, "antes da grave lesão contraída no ligamento cruzado anterior", que obrigou a um final de carreira precoce aos 32 anos, já depois de uma breve passagem pelos cataris do Al-Wakrah.

Internacional português, estreante no Campeonato do Mundo de 2010 e também chamado ao Mundial 2014, foi na equipa principal do SC Braga que espoletou, já depois de ter dado nas vistas no Casa Pia e na equipa B dos minhotos - destaca o 'Independent'.

Com uma montra invejável de talentos trabalhados por si, agora em exibição em Inglaterra depois da mão de Amorim em Alvalade - Palhinha, Matheus Nunes e Pedro Porro -, o técnico do Sporting é visto pelo jornal como alguém de "personalidade poderosa, conhecimento táctico e comportamento descontraído", salientando o facto de "falar inglês fluentemente".

"Quase a vencer o campeonato", muito às custas da minuciosa lapidação de "joias escondidas" - como o extremo inglês Marcus Edwards e o ex-avançado do Coventry, da Championship, Viktor Gyokeres - Rúben Amorim é assim visto como uma escolha inteligente e aparentemente bem recebida pelos principais média ingleses.

Sobre a chegada a Alvalade de Amorim, o 'Independent' recorda uma nomeação inspirada do Sporting. Veremos se, em breve, não deixarão escapar o mesmo elogio...mas ao Liverpool.