Mick Channon não será dos nomes mais conhecidos da história do futebol inglês. Ainda assim, durante a sua carreira, nas décadas de 1960 e 1970, conseguiu números dignos de registo, sobretudo com a camisola do Southampton, que vestiu por 391 vezes, marcando 157 golos. Chegou a representar também o Manchester City e o Newcastle e, entre 1972 e 1977 representou por 46 vezes a seleção principal de Inglaterra, apontando 21 golos.
Prolongou a carreira até meados da década de 1980, a alinhar por equipas das divisões inferiores do futebol inglês, até que decidiu pendurar as chuteiras. O que fazer depois? Seguir uma carreira de treinador, como muitos ex-futebolistas? Talvez.
Mas Channon tinha outra paixão escondida, para além do futebol. Os cavalos e, mais concretamente, as corridas de cavalos. Tudo terá começado quando, certa vez, apostou seis libras e ganhou 100. Comprou o o seu primeiro cavalo quando a sua carreira de futebolista ainda estava no auge, em 1973, por 440 libras. Uma égua de nome Cathy Jane que viu vencer três corridas.
Em 1986 decidiu-se então por tirar a licença de treinador de cavalos de corrida, que terminou em 1990. Começou por ter dez cavalos. Mudou-se para uma propriedade que já tinha pertencido à Rainha de Inglaterra e começou a aumentar o seu lote de cavalos, chegando a ter quase 200.
Em 2002, os seus cavalos termiaram a temporada com 123 vitórias, superando pela primeira vez na carreira a marca dos 100 triunfos e tornando-se num dos mais respeitados treinadores de cavalos de corrida do Reino Unido. A seu cargo tem, até, cavalos de algumas outras personalidades bem conhecidas do mundo do futebol, como Kevin Keegan, Alan Ball ou até Sir Alex Ferguson.
O 'prize money' que ia somando também ia, naturalmente, crescendo. E cresceu ainda mais quando comprou outro cavalo, Youmzain, por 33 mil libras. Um investimento avultado, mas que rendeu milhões! Quase quatro milhões de libras, para ser mais exato, com aquele cavalo a terminar por três vezes consecutivas no segundo lugar do Prix de l'Arc de Triomphe e por duas no King George Stakes, em Ascot.
Com a posição como um dos melhores treinadores de cavalos de corrida cada vez mais consolidada, o antigo futebolista continuou a ver os seus cavalos somarem êxitos. Nas últimas cinco temporadas os seus cavalos valeram-lhe um total de ganhos de 2,6 milhões de libras (cerca de 3 milhões de euros). Channon, que nos seus tempos de jogador ficou famoso pela forma como celebrava os golos, a fazer lembrar um moinho de vento, contnua assim, aos 72 anos, a ter muitas razões para celebrar....num desporto bem diferente.
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