Alex Ferguson considera que o Barcelona de Pep Guardiola foi a melhor equipa de futebol que o seu Manchester United defrontou, reconhecendo que viu em José Mourinho uma «ameaça potencial» quando este chegou ao Chelsea.
«O Barcelona foi a melhor equipa que defrontei. A melhor, sem dúvida», reconheceu, recordando Leo Messi, Xavi e Iniesta, «todos eles de metro e setenta», que bateram os seus «futebolistas fortes e guerreiros» nas finais da Liga dos Campeões de 2009 e 2011.
Nas 350 páginas do livro "A minha autobiografia", o técnico escocês de 71 anos destaca a boa relação com José Mourinho, apesar de reconhecer fricções iniciais: reconheceu que o viu como «ameaça potencial» quando ouviu a sua primeira conferência de imprensa como treinador do Chelsea, em 2004, na qual se assumiu como homem “especial”.
O vencedor de duas Ligas dos Campeões e 13 títulos de campeão inglês assume um “choque” inicial com o técnico português, recordando a «indignação pelo facto de os jogadores do FC Porto se atirarem para a piscina», quando, na época 2003/04, os “dragões” afastaram o favorito Manchester United nos oitavos de final, com 2-1 no Porto e 1-1 em Manchester, com golo de Costinha já perto do fim.
«Tive um choque com ele no fim da primeira volta (do campeonato inglês), mas às vezes tenho divergências com algum colega a primeira vez que nos encontramos e depois tornamo-nos amigos (…). Com Mourinho aconteceu o mesmo», referiu, elogiando o caráter do português.
Ferguson diz mesmo que a ida de Mourinho para o Real Madrid em 2010 foi mesmo «uma das contratações mais interessantes» que recorda no mundo do futebol.
«Vê-lo assumir o trabalho no Real Madrid foi fascinante. (…) Todos os treinadores que vão para lá devem abstrair-se da sua filosofia em favor da galática. Quando escolheram Mourinho, estou certo de que aceitaram que tinham de mudar a sua forma de pensar», escreve.
Em relação à sua sucessão após 27 anos no Manchester United, assegura que o norte-americano Joel Glazer, dono do clube, o tentou demover, mas, quando percebeu que era impossível, «houve acordo unânime de que David Moyes era o homem certo».
Revela ainda que recusou por duas vezes dirigir a seleção de Inglaterra e, quanto a futebolistas com quem trabalhou, recorda, entre outros, David Beckham: «No momento em que um jogador do Manchester United pensa que é mais importante do que o seu treinador, tem de ir embora».
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