O antigo jogador do Portsmouth, Rod Taylor, faleceu no passado mês de abril aos 74 anos com um trama encefálico e tornou-se no segundo futebolista britânico a morrer devido a lesões provocadas pelos impactos da bola no crânio.
Depois da morte do antigo avançado inglês Jeff Astle com um trama encefálico, a família de Rod Taylor anunciou que irá doar o cérebro da antiga estrela do Portsmouth, Gillingham e Bournemouth para uma investigação sobre o impacto dos cabeceamentos na saúde dos jogadores de futebol.
Em declarações ao jornal 'The Sun', Penny Taylor, víuva de Rod Taylor afirmou que, "doar o cérebro do marido para investigação foi uma decisão muito dolorosa", mas que o estudo sobre o impacto das bolas de futebol na cabeça dos atletas em alta competição é importante para as próximas gerações.
"Ele já não nos conhecia e não conseguia falar. Foi abaixo muito rapidamente. Ainda bem que agora há mais conhecimento sobre a medicina no desporto. Naqueles dias eles não estavam conscientes dos perigos que corriam", acrescentou Penny Taylor.
Já a filha de Rod Taylor, Rachel Walden, juntou-se a uma campanha para conseguir mais apoios para uma investigação mais aprofundada sobre o tema junto da Associação de futebolistas profissionais em Inglaterra e da própria Federação Inglesa de Futebol (FA).
"A Associação de futebolistas profissionais e a Federação inglesa queriam mais provas sobre a ligação do trama encefálico aos cabeceamentos no futebol e foi isso que entregámos", afirmou Rachel Walden.
"Sou uma grande apaixonada pelo futebol e creio que não me compete a mim falar de eventuais proibições de cabecear a bola neste desporto. No entanto, é necessário estabelecer, tanto para os jogadores da actualidade como os do futuro, quais os impactos que uma bola na cabeça pode vir a ter no cérebro ao longo de 20, 30 e 40 anos".
Rod Taylor jogou futebol profissional na década de 50 e 60 e faleceu no passado mês de abril com um trama encefálico e sinais de demência. Rachel Walden revelou ainda ao jornal 'The News' de Portsmouth o sofrimento da sua família nos últimos anos de vida do ex-jogador.
"Foi extremamente difícil ver este futebolista enorme, forte e em forma transformar-se de forma súbita num pequeno velhote. Quando soubemos que o trama encefálico contribuiu para a sua morte ficámos todos muito tristes", acrescentou Rachel Walden sobre a importância de continuarem os estudos sobre a relação entre os cabeceamentos no futebol e os sintomas de demência.
Num comunicado, a Associação de Futebolistas Profissionais ingleses revelou que uma investigação já está a ser desenvolvida sobre esse tema.
"No seguimento de dois anos de pesquisas e recolha de informação, em novembro de 2017, a Associação de Futebolistas Profissionais e a Federação Inglesa promoveram uma investigação científica para estudar os efeitos a longo termo dos jogadores profissionais de futebol nomeadamente a investigação de casos de degeneração neurocognitiva em antigos futebolistas, e que será liderada pelo Dr. William Stewart e os seus colegas na Universidade de Glasgow e Hampden Sports Clinic.
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