Casemiro chocou o mundo do futebol quando, no início da última temporada, trocou o Real Madrid pelo Manchester United. O médio, agora com 32 anos, revela que a saída não foi fácil e que ponderou não se mudar para o emblema da Premier League.

Em entrevista ao programa El Chiringuito de Jugones, o brasileiro explicou os motivos que o levaram a querer trocar a estabilidade dos madrilenos pela aventura em Manchester. "Já tinha ganho tudo no Real Madrid. Não é que não quisesse continuar a esforçar-me, mas queria coisas novas. Não me deixaram sair tão facilmente, mas eu queria aprender uma nova língua, jogar noutra liga. O Manchester United tem sido ótimo desde o primeiro dia", começou por explicar.

Ainda assim, e apesar da vontade de um recomeço, a saída não foi fácil porque era um jogador acarinhado no Real Madrid. "Decidi sair um pouco depois de ganhar a Liga dos Campeões. Vi que o meu tempo em Madrid tinha acabado, estava numa boa idade para sair, queria continuar a crescer. A decisão não foi fácil, as pessoas gostavam muito de mim".

Quando já tinha apalavrado que ia rumar a Inglaterra, esteve quase a desistir após entrar no gabinte do antigo treinador, Carlo Ancelotti. "Só hesitei uma vez em sair de Madrid para o Manchester United. Era uma sexta-feira e estava tudo feito. Tinha de treinar e não treinei, só faltava a assinatura. Fui falar com Ancelotti e ele já sabia que eu estava de saída. Entrei no gabinete dele, ele virou-se e estava a chorar. O Carlo disse-me que não queria que eu saísse, que gostava muito de mim... e foi aí que hesitei. Em Madrid queriam-me muito, mas eu já tinha dado a minha palavra ao United e isso é mais importante do que qualquer outra coisa", rematou o assunto.

Cristiano Ronaldo, Messi e o futuro

Casemiro foi colega de Cristiano Ronaldo no Real Madrid durante alguns anos e acredita que, tanto ele como Messi, não foram valorizados o suficiente pela fantástica carreira que protagonizaram (e que apesar de já não estarem ao mais alto nível ainda não acabou).

"Nós temos desfrutado e não demos conta. Não nos apercebemos do que o Lionel Messi fez, do que Cristiano Ronaldo fez. Não valorizamos muito o que Cristiano fez no futebol e o que ele está a fazer. No ano passado marcou 50 golos com 37 ou 38 anos. O que se pode dizer de um jogador assim? Temos de apreciar e valorizar isso. O jogador está num nível 9 todos os anos, baixa para um 8 e tu dizes 'Está mesmo mal'. Mas está a jogar num nível 8 e a marcar 50 golos. Um jogador que marca 50 golos por ano...", admitiu.

O médio que se deu a conhecer ao futebol europeu no FC Porto acredita ainda que Mbappé está entre a elite do futebol. "Para mim, o Mbappé é um dos melhores da atualidade, se não mesmo o melhor. Muito rápido, inteligente... Tem uma passada, é um inseto. Faz-me lembrar muito o Cristiano. Está em campo, mas corre o risco de marcar. O Cristiano era assim, cheirava o golo. É preciso estar preocupado porque ele vai marcar. O Cristiano não estava bem, mas via-se que ia marcar. São craques e o Mbappé tem isso. Contra o Barcelona, no outro dia, não fez um bom jogo, finaliza e sai com dois golos. Sente-se o cheiro no relvado", concluiu.