A Amnistia Internacional alerta que a Premier League corre "o risco de se tornar um bode expiatório" a menos que olhe atentamente para o histórico da Arábia Saudita em relação aos direitos humanos numa altura em que está perto de ser dona do Newcastle.

Os 'Magpies' estão muito perto de serem vendidos a um consórcio que envolve o Príncipe da Coroa da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, por um valor que ronda os 339 milhões de euros.

Esta terça-feira foi noticiado que um depósito não reembolsável de cerca de 19 milhões de euros foi já pago a Mike Ashlet, atual dono do clube, como parte do acordo.

A Premier League terá agora de decidir se os novos donos cumprem os critérios necessários.

A Amnistia, uma organização não-governamental que luta contra os abusos dos direitos humanos, afirmou que, a menos que a liga inglesa apresente uma minuciosa justificação para aceitar a compra do clube, arrisca a manchar a sua reputação.

A diretora da Amnistia Internacional no Reino Unido, Kate Allen, enviou uma carta ao chefe executivo da Premier League, Richard Masters, dando conta as preocupações da organização.

"Enquanto estas questões [em relação aos direitos humanos na Arábia Saudita] continuarem sem respostas, a Premier League corre o risco de se tornar num bode expiatório daqueles que quiserem usam o glamour e o prestigio da Premier League para esconder ações que são profundamente imorais"

Os críticos acusam a Arábia Saudita de usar o desporto como forma de distrair atenções para o seu historial em relação aos direitos humanos.

Num comunicado em separado, Allen afirmou que "Todos os negócios têm de se proteger contra qualquer ligação a violações dos direitos humanos, e o futebol inglês não é exceção. Isto é mais que uma transação financeira - é uma exercício de limpeza de imagem que usa o prestigio da Premier League e a paixão dos adeptos do Newcastle United".

A Amnistia já tinha criticado o investimento dos Emirados Árabes Unidos nos atuais campeões Manchester City como uma forma de limpeza da imagem do país.