O Shakhtar Donetsk veio esta segunda-feira, através das suas redes sociais oficiais, pedir à FIFA o afastamento da seleção iraniana do próximo Campeonato do Mundo, a realizar no Qatar, daqui a menos de um mês.

Na raiz deste pedido está o alegado uso de drones iranianos por parte do exército russo em ataques a cidades ucranianas. No texto publicado na sua conta de Twitter oficial, o Shakhtar fala em mais de 250 drones iranianos utilizados no conflito entre Rússia e Ucrânia e que, segundo o mesmo, contribuíram para a destruição de "casas, museus, universidades, escritórios, terrenos desportivos e recreios", e ainda para a morte de muitos ucranianos.

"Enquanto a liderança iraniana se estiver a divertir a observar a seleção, no Mundial, ucranianos serão mortos por drones e mísseis iranianos. Quase 250 drones já atacaram cidades pacíficas da Ucrânia. Cada um deles foi produzido e entregue pelas autoridades iranianas. Instrutores e exército iranianos treinaram e geriram, diretamente, o lançamento de drones que destruíram casas, museus, universidades, escritórios, terrenos desportivos e recreios, e, mais importante, mataram ucranianos, incluindo crianças", lê-se no texto publicado.

Assim, o clube ucraniano pede que a Federação iraniana seja devidamente punida, apelando à FIFA e à comunidade internacional para a exclusão seleção nacional excluída do Mundial.

"Crianças que também sonhavam ver a sua seleção nacional no Mundial. O Shakhtar Donetsk pede à FIFA e a toda a comunidade internacional que afaste, imediatamente, a seleção nacional iraniana da disputa do Campeonato do Mundo, face à participação direta em ataques terroristas a ucranianos. Esta será uma decisão justa, que deve chamar a atenção de todo o mundo para um regime que mata as suas melhores pessoas e ajuda a matar ucranianos", continua.

Finalmente, o campeão nacional ucraniano pede que seja a própria seleção nacional da Ucrânia a tomar o lugar deixado vago pelo Irão, relembrando do trajeto recente daquela seleção nacional e do que alcançou tendo em conta as circunstâncias a que esteve e está sujeita.

"A vaga deveria ser ocupada pela seleção nacional da Ucrânia, que provou que é digna da participação no Mundial. Com condições desiguais face a outras seleções nacionais, durante os 'playoffs', jogaram com coração. Esta decisão é histórica e desportivamente justificada. Apelo a todos que se juntem à pressão sobre a burocracia do futebol. Chega de repetir os erros cometidos no Campeonato do Mundo de 2018, na Rússia, escondendo-se atrás da tese vazia sobre a apoliticidade do desporto"