Na contagem decrescente para o maior Campeonato do Mundo da história, as esperanças dos anfitriões México, Estados Unidos e Canadá são ofuscadas por dúvidas sobre a competitividade de suas seleções.

O caminho para o Mundial de 2026, o primeiro alargado para 48 equipes, tem sido repleto de turbulências, especialmente para México e Estados Unidos, que já tiveram um desempenho medíocre no Mundial 2022, no Qatar.

O pânico espalhou-se ainda mais após o fracasso na Copa América 2024, nos Estados Unidos, com as duas seleções eliminadas ainda na fase de grupos, levando a uma mudança abrupta nos planos para 2026 com a demissão repentina dos respetivos selecionadores.

O México chamou de urgência Javier Aguirre, o seu 'bombeiro' habitual, para guiar uma nova geração de jogadores com muito para provar.

A seleção dos Estados Unidos, por sua vez, trouxe o renomeado técnico argentino Mauricio Pochettino para garantir uma forte atuação neste evento crucial, parte fundamental da grande aposta da FIFA em impulsionar o 'soccer' nos Estados Unidos da América.

Os EUA e os seus dois países vizinhos, todos isentos da fase de qualificação e apurados diretamente como anfitriões, terão uma última oportunidade de provar seu valor na Golden Cup da Concacaf, que começa a 14 de junho.

Aguirre devolve confiança ao México

Na sua terceira passagem pelo comando técnico do México, "El Vasco" Aguirre foi encarregado de devolver a confiança após a fracassada mudança geracional proposta por Jaime Lozano.

Numa aposta arriscada, o jovem técnico tinha deixado de fora Guillermo Ochoa, Raúl Jiménez e outros jogadores importantes no fiasco no Catar, onde a seleção mexicana sofreu sua primeira eliminação na fase de grupos desde 1978.

Com personalidade forte e uma abordagem direta, Aguirre libertou o elenco da pressão do ambiente e desafiou a todos, jovens e veteranos, a conquistarem seu lugar com bom futebol e personalidade.

"A mudança mais significativa que Javier conquistou na seleção foi dar aos jogadores paz, estabilidade e tranquilidade para trabalhar", disse à AFP o antigo médio Ramón Morales.

Com outra figura carismática como adjunto, Rafael Márquez, a nova seleção recebeu um boost de confiança em março com a vitória na final da Liga das Nações da Concacaf.

A ressurreição de Raúl Jiménez, autor dos quatro golos mexicanos no 'Final Four', foi uma ótima notícia para Aguirre.

Com Santiago Giménez (Milan) como outra arma ofensiva fundamental, as críticas a 'El Tri' se concentram no setor defensivo e na criação de jogadas.

"No ataque, há muitas opções, mas defensivamente, o nível de segurança que Javier gosta ainda não foi alcançado", observou o ex-meio-campista Gabriel Caballero, que também jogou na Copa do Mundo de 2002.