A Alemanha venceu o Brasil por escandolosos 7-1, com golos de Muller (11'), Klose (23'), Toni Kroos (24' e 26'), Khedira (29') e Schurrle (69' e 79'), e está na final. Óscar fez o tento de honra (90').
Desde cedo aprendi na escola que uma história ou um texto se divide em introdução, desenvolvimento e conclusão. Mas a história que hoje vos conto não obedece às regras da lógica. Ultrapassa a própria lógica.
A conclusão pôde tirar-se logo no momento da introdução e a culpa de tamanho feito só tem um protagonista ou um vilão: Luiz Felipe Scolari.
Neymar e Thiago Silva não entram na história, simplesmente porque já há muito que se sabia que não seriam personagens. Ora para os seus lugares entraram Dante e Bernard. E que erro de casting este de Scolari. Se Dante era uma escolha óbvia, com Henrique a não ter maturidade para assumir esse lugar, Bernard nem tanto.
Quando muitos falavam que podíamos assistir a uma equipa construída com base em três médios, onde a prudência e a contenção seriam as virtudes perante um “papão” chamado Alemanha. Eis que Scolari e a sua equipa apareceram de peito feito, destemidos e incautos.
E que presa fácil se tornaram em apenas 45 minutos. Tudo começou num canto de Kroos com Muller a aparecer completamente à vontade, enganando a marcação de David Luiz. Daí nasceu o 1-0 (11').
Depois foi Klose, que com um golo não se tornou apenas um dos protagonistas desta história, mas da História, realçando o “H”. O avançado alemão apontou o seu 16º golo em Mundiais, tornando-se o melhor marcador de sempre da história da competição, ultrapassando o “fenómeno” Ronaldo que tinha 15, e assistiu ao vivo esta ultrapassagem, e até teve que comentá-la para a TV Globo.
O Brasil estava pálido, irreconhecível, e a Alemanha, igual a si mesma, aproveitou. Seis minutos, três golos, e o silêncio era total no Mineirão, em Belo Horizonte. Primeiro Kroos (24'), depois Kroos (26'), e por último Khedira (29').
No estádio, os mais pequenos não controlavam as lágrimas que rolavam pelo seu rosto, os mais velhos esqueciam o futebol e viravam a sua raiva para a presidente Dilma Rousseff, entoando nomes pouco simpáticos. E as eleições aí à porta.
O intervalo chegou e a monumental assobiadela também, e que fim triste para um Brasil que estava todo unido em torno desta história.
Falo em fim porque não acredito que houvesse brasileiro neste estádio que quisesse assistir a mais 45 minutos deste pesadelo. Porque se era possível, este piorou mesmo.
Schurrle entrou e marcou dois golos fantásticos aos 69 e aos 79 minutos. Óscar sobre o apito final fez o 7-1, o tal golo de honra.
A Alemanha segue para a final do Mundial de futebol. Já o Brasil terá a consolação, se é que serve de consolação para um país que só aceita o primeiro lugar, o jogo do terceiro e quarto lugar.
Acrescentar que a “canarinha” sofreu a maior derrota de sempre na sua história. O registo mais próximo deste datava de 1920 frente ao Uruguai e esse encontro tinha terminado por 6-0.
Esta quarta-feira decorrerá a outra meia-final entre Holanda e Argentina, que será sediada em São Paulo.
Comentários