O sistema utilizado com o polvo do aquário Seaside Oberhausen (Oeste da Alemanha) é colocar duas caixas com as bandeiras de cada um dos países que jogam, contendo cada caixa um mexilhão, considerando-se que a escolha da caixa onde o polvo come o mexilhão significa um prognóstico de vitória para esse país.
No Mundial da África do Sul, o polvo comeu o mexilhão certo nos cinco primeiros jogos da Alemanha e nas meias-finais comeu o molusco que correspondia à selecção ibérica no “prognóstico” do Alemanha-Espanha.
No entanto, na final do Europeu de futebol de 2008, o polvo Paul comeu o mexilhão correspondente à Alemanha, o que significaria a vitória germânica, mas a Espanha ganhou o jogo e o título continental.
Na última experiência, com mexilhões em caixas com as bandeiras da Espanha e Alemanha, em que o polvo optou por comer o mexilhão da caixa de Espanha, cerca de duas dezenas de televisões enviaram equipas e algumas transmitiram o espectáculo em directo.
Segundo cálculos da Lusa, confirmados pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Nuno Crato, a probabilidade de o polvo comer o mexilhão correspondente ao país que vai ganhar em seis jogos seguidos é 1,5625 por cento e a probabilidade de acertar em oito jogos seguidos é de 0,39 por cento.
A probabilidade de acertar em dois jogos (os próximos dois) é de 25 por cento, isto é, uma probabilidade em quatro.
Isto significa que, aceitando que não há qualquer enviesamento (por exemplo por a bandeira alemã estar presente numa caixa em todas as experiências ou por um mexilhão ser mais apetitoso do que outro), é uma vez e meia mais provável o polvo acertar nos seis jogos (probabilidade de 1,56 por cento) do que em rifas numeradas de 1 a 100 comprarmos o número com prémio (probabilidade de 1 por cento).
A probabilidade de o polvo acertar aleatoriamente nos mexilhões que correspondem a quem ganha os 8 jogos (os seis realizados e os próximos dois), que é de 0,39 por cento, é apenas pouco mais de duas vezes e meia menor do que a de ganhar o prémio numa rifa com 100 números (probabilidade de 1 por cento).
A probabilidade de o polvo acertar nos resultados de oito jogos seguidos, no pressuposto de aleatoriedade, é 54 545 vezes maior do que a de ganhar o Totoloto jogando com uma aposta.
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