A seleção de futebol de Marrocos está em segurança em Conacri, onde deve enfrentar na segunda-feira a Guiné-Conacri, em jogo de qualificação para o Mundial2022, perante uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos militares locais.
“A equipa está segura e alojada num hotel que se localiza um pouco longe da zona de tensão. As autoridades marroquinas estão a trabalhar para evacuar a equipa hoje. Um avião já está no aeroporto para essa operação”, partilhou Mohamed Makrouf, um funcionário da Real Federação Marroquina de Futebol (FRMF), à agência francesa AFP.
Tiros de armas automáticas foram ouvidos esta manhã no centro de Conacri, onde estão localizados o palácio presidencial, as instituições e os escritórios comerciais, tendo sido visíveis muitos soldados nas ruas, de acordo com relatos de várias testemunhas à AFP.
As forças especiais da Guiné-Conacri afirmaram hoje ter capturado o presidente Alpha Condé, dissolvido as instituições e o Governo e encerrado as fronteiras, num vídeo enviado à AFP, enquanto o Ministério da Defesa diz ter repelido a tentativa de golpe.
Nos últimos meses, a Guiné-Conacri, país da África Ocidental que faz fronteira com a Guiné-Bissau e é um dos mais pobres do mundo, apesar de ter consideráveis recursos, encara uma profunda crise política e económica, agravada pela pandemia de covid-19.
O presidente Alpha Condé, de 83 anos, foi reeleito no ano passado para um terceiro mandato, considerado inconstitucional pela oposição, gerando meses de tensão e dezenas de mortes num país acostumado a confrontos políticos sangrentos.
A tentativa de golpe de Estado coloca em dúvida a realização do jogo entre Guiné e Marrocos, na segunda-feira, às 17:00, no Estádio Général Lansana Conté, em Conacri, da segunda jornada do grupo I da zona africana de qualificação para o Mundial2022.
A Confederação Africana de Futebol e a FIFA ainda não se pronunciaram sobre um possível adiamento do jogo, no qual deveria estar o marroquino Adel Taarabt (Benfica).
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