O selecionador Carlos Queiroz apontou hoje à qualificação do Irão para os oitavos de final do Mundial2022 de futebol, no Qatar, mesmo que a preparação seja mais curta do que o habitual em fase finais.
O Irão vai disputar o Grupo B, juntamente com Inglaterra, País de Gales e Estados Unidos, mas o técnico, que se prepara para participar no quarto mundial da carreira, mostrou-se ambicioso, apesar já ter "uma dor de cabeça para resolver com o [Harry] Kane e o [Raheem] Sterling", avançados da seleção inglesa, primeiro opoente da ‘poule’.
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“É um jogo de campeonato com três partes. O nosso Campeonato do Mundo é a qualificação como em 2018 e 2014 e há que fazer melhor para fazer pontos. Passarão aqueles que no final vão juntar os critérios da FIFA à melhor pontuação. Depois de estarmos lá [oitavos], será uma festa, jogo a jogo e tentar sempre ganhar. É essa a razão pela qual estamos aqui e pelos adeptos iranianos, que são apaixonados pelo futebol”, declarou o treinador luso, à comunicação social lusa, presente em Doha.
Caso chegue à grande final, marcada para dia 18 de dezembro, o adversário que “desejaria” encontrar seria Portugal: “A final que desejaria era com Portugal, com todo o respeito ao meu amigo Paulo Bento [selecionador da Coreia do Sul]”.
Realizar a fase final de um Mundial a meio de uma temporada futebolística é, para Queiroz, “completamente diferente”, lamentando a pouca preparação para encarar da melhor forma a estreia contra os ingleses, na segunda-feira.
“Este Campeonato do Mundo é como abordar alguns exercícios sem rede. As equipas não têm quase nenhuma preparação, é a curto prazo e a nossa situação, ainda mais num grupo em que jogamos no princípio, não temos mais quatro ou cinco dias para pensar, ver e decidir, mas é o que é. É completamente diferente jogado em novembro, a meio das competições europeias”, expressou.
Depois, falou do espírito vivido na seleção, face ao movimento de protesto de massas que se estendeu a todo o país e tem abalado o Irão desde a morte, há dois meses, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos presa por violar um rígido código de vestimenta, que exige que as mulheres usem o véu islâmico em público.
Mais de 300 pessoas foram mortas e quase 15.000 detidas nos protestos no Irão desencadeados pela morte da jovem em 16 de setembro, após ser detida pela polícia de costumes, segundo dados avançados pelo grupo Ativistas dos Direitos Humanos.
“Eles [jogadores] estão completamente focados na preparação da equipa. Estamos a representar a seleção, 90 milhões de pessoas. Estamos numa missão e ninguém nos perdoaria se ao serviço da seleção não estivéssemos completamente focados, mas claro que temos sentimentos. É por isso que estamos aqui, para fazer do Campeonato do Mundo uma festa. Precisamos de alegria”, terminou.
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