A avaliar pelo pouco que ainda se vê em Sochi, não serão apenas os portugueses a apoiar a equipa das ‘quinas’ na estreia do Mundial2018 de futebol frente à Espanha, sobressaindo muitos asiáticos equipados a rigor.
“Adoro o Cristiano Ronaldo. Sofro por Portugal desde o Euro2000 com Luís Figo, Rui Costa, Nuno Gomes… há 18 anos que sou fã de Portugal. Viemos dois de Itália e um da China. É a nossa primeira vez num Campeonato do Mundo. Vamos ver dois jogos da seleção portuguesa”, diz à Lusa Xi, acompanhado de Ao e Chan, igualmente trajados a rigor.
Basta sair de qualquer hotel na marginal do Mar Negro para perceber a quantidade de asiáticos, sobretudo chineses, que envergam a camisola lusitana, no meio de portugueses que chegam um pouco de todo o mundo.
A família Fernandes, a mãe Teresa e pai e filho que partilham o nome Carlos, vêm da Maia e são testemunhas desse fenómeno e, caso os portugueses não sejam tantos quantos os espanhóis, prometem “cantar o hino bem alto” e apoiar com uma “qualidade” superior à do rival.
“Há muitos estrangeiros a apoiar Portugal. Não me surpreende. Uma asiática viu o nosso cachecol de Portugal e quase chorava. Queria uma foto connosco. Eles gostam muito de Portugal, pelo que nos vão apoiar”, afiança Teresa.
O marido acrescenta que “Portugal é um país muito bem visto”.
“As pessoas simpatizam com Portugal e estou convencido de que no estádio vamos ser muitos”, refeiru.
Festa é o mínimo garantido, qualquer que seja o resultado, até porque o convívio com os também ainda parcos espanhóis nas ruas tem corrido de feição, em ambiente de festa e amizade.
“Já nos cruzámos com vários. Muito simpáticos. Tirámos fotos juntos. Gostaram. Não se nota a rivalidade”, diz Teresa, complementada pelo marido, que destaca a “boa camaradagem e gente muito simpática” dos fãs do opositor ibérico.
João Hernâni e Aníbal Morgado são emigrantes na Venezuela há 40 e 60 anos, respetivamente, e já seguem Portugal nas provas internacionais desde que se lembram, confessando que sentem que esta equipa “é mais equilibrada da que venceu o Euro2016”.
“Ganhar à Espanha é ganhar o Mundial”, diz o mais velho, que apenas deseja não cumprir um destino que viu muitas vezes cruzar-se com Portugal, “como nos velhos tempos, jogar bem e perder”.
João tem mais pressa de ver a bola rolar e está convicto de que Bernardo Silva vai ser essencial numa boa campanha portuguesa, destacando ainda a “excelente forma de Gonçalo Guedes” e a capacidade de Bruno Fernandes em “surpreender”.
Nenhum dos experientes amigos acredita que a troca de selecionador espanhol – Julen Lopetegui assinou pelo Real Madrid e na quarta-feira foi substituído pelo diretor desportivo da federação espanhola, Fernando Hierro – vá enfraquecer o adversário.
A camisola de Cristiano Ronaldo é a mais vista entre os adeptos, nomeadamente entre as jovens chinesas, algumas das quais com tatuagens temporárias com o nome do ‘capitão’ de Portugal.
Esta manhã, Cristiano Ronaldo, juntamente com os companheiros, deu um pequeno passeio nas imediações do hotel que está a cerca de cinco quilómetros do quartel-general da Espanha (o Brasil, também não anda longe) e depois recolheu ao hotel, passando algum tempo na varanda do quarto.
Chegar ao Estádio Olímpico Fisht já não é fácil, uma vez que as viaturas não oficiais são barradas a mais de um quilómetro do recinto, por questão de segurança.
Portugal e Espanha defrontam-se às 21:00 (19:00 em Lisboa), na abertura do grupo B do Mundial2018, que terá estreia horas antes com o desafio entre o Irão de Carlos Queiroz e Marrocos, em São Petersburgo.
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