Em dois jogos apenas a Inglaterra conseguiu esvaziar o balão de optimismo e confiança com que chegara a este Campeonato do Mundo. Após uma fase de qualificação absolutamente exemplar, a selecção liderada por Fabio Capello ainda não sabe o que é vencer nesta competição.
Aliás, o treinador italiano completa hoje 64 anos, mas a sua equipa continua longe de lhe dar motivos para sorrir. Frente aos argelinos, a selecção inglesa assinou uma exibição pálida e pouco convincente, onde se nota em demasia a falta de entrosamento entre Lampard, Gerrard e Wayne Rooney.
Por outro lado, a Argélia apresentou-se no estádio Green Point destemida e sem nada a perder, na sequência do desaire no primeiro jogo frente à Eslovénia. Com o benfiquista Yebda a titular e em bom nível, os argelinos puseram em sentido a defesa inglesa por inúmeras vezes, causando vários sustos ao veterano guardião David James, que substituiu Green depois do ‘frango’ deste no desafio com os Estados Unidos.
Os ingleses até entraram melhor na partida, mas essa hegemonia foi uma ilusão que rapidamente se desvaneceu. Sem ninguém que se destacasse ou assumisse o jogo, o capitão Gerrard era ainda assim o mais inconformado e perigoso na Inglaterra. Prova disso foram os seus remates aos 4’ e 30’, que assustaram o guardião Bolhi.
A Argélia equilibrou então a contenda e começou a mostrar maior atrevimento na procura do golo, mas o nulo resistiu.
A segunda parte foi um reflexo do primeiro tempo. A Inglaterra regressou mais aguerrida e sucederam-se alguns calafrios na área argelina, com Rooney e Heskey a estarem perto do golo. Todavia, o companheiro de Rooney é um erro de casting nesta equipa e Capello trocou-o por Defoe, a quem Crouch se juntaria ainda mais tarde. No entanto, nem com um ataque de peso a Inglaterra chegou à vantagem.
E por entre as tentativas inglesas, a Argélia lançava venenosos contra-ataques à baliza de James, o que nunca deixou a Inglaterra segura para o assalto ao reduto de Bolhi.
Com o apito final, a Inglaterra consumou a sua descida aos infernos e soma apenas dois pontos em dois jogos, em igualdade com os EUA, e a dois da Eslovénia, com quem jogará na última jornada do Grupo C.
A presença dos princípes William e Harry no estádio Green Point foi insuficiente para inspirar a equipa. E os milhares de adeptos ingleses entoaram por diversas vezes o hino “God Save the Queen”, mas as contas do grupo justificam agora que se torne em “God save England”.
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