A federação inglesa de futebol (FA) exigiu hoje à FIFA respostas a “questões importantes” suscitadas pelas recentes declarações do presidente demissionário da organização, Joseph Blatter, sobra a atribuição do Mundial de 2018 à Rússia.
“A FA escreveu à FIFA colocando uma série de questões importantes sobre o processo de atribuição do Mundial de 2018 à Rússia (…) reservando-se no direito de iniciar outras ações legais”, disse o porta-voz da organização.
No final de outubro, Joseph Blatter revelou, em declarações ao Financial Times, que havia um “arranjo diplomático” para que os Mundiais de 2018 e 2022 fossem atribuídos à Rússia e aos Estados Unidos, respetivamente.
“Era algo nos bastidores. Havia um arranjo diplomático, um acordo de cavalheiros”, disse Blatter, reiterando o que já tinha afirmado na quarta-feira à agência russa Tass que o Qatar não estava equacionado para receber o Campeonato do Mundo.
O suíço, que se encontra suspenso por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, esclareceu que os planos para o Mundial2022 ruíram devido à “interferência governamental de Nicolas Sarkozy [então presidente francês]”.
“A uma semana da escolha, recebi um telefonema de Platini”, refere Blatter, explicando que o presidente da UEFA tinha recebido um telefonema de Sarkozy a pressioná-lo: “não estava em causa apenas um voto, mas o grupo de votos que tinha com ele”.
O presidente da UEFA, Michel Platini, que também se encontra suspenso por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, já tinha revelado ter votado favoravelmente em dezembro de 2010 para que o Qatar recebesse o Mundial de 2022.
Em todo o caso, Platini negou sempre tê-lo feito a pedido de Sarkozy, que o tinha convidado, antes da escolha, para jantar com ele e com o futuro emir do Qatar no palácio presidencial.
A FA gastou 29,1 milhões de euros no seu dossier de candidatura ao Mundial de 2018, 2,9 milhões dos quais dinheiros públicos.
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