Com capacidade para 70 mil pessoas, o estádio de Durban vai certamente ser um dos palcos mais bonitos dos jogos do Mundial 2010. O arco que atravessa todo o campo confere-lhe uma marca de originalidade e é inevitável passar sem prolongar os olhos por esta incrível construção.
Contudo, um olhar mais atento revela algo que pode até ser caricato:
Do outro lado da estrada, a meros 20 metros (se tanto), está o estádio dos Sharks, uma das mais famosas equipas de râguebi sul-africanas.
A hipótese de aproveitar o estádio já existente para o Mundial 2010 chegou a ser ponderada, mas acabou por se construir um recinto novo e o resultado é a verdadeira obra de arte onde se vai desenrolar, entre outros, o Portugal-Brasil.
A opção por renovar o Shark Tank era inclusivamente a mais barata, já que o estádio precisava apenas de uma cobertura nova e outros pequenos arranjos, num total que se aproximaria dos 300 milhões de rands, cerca 3 milhões de euros.
Contudo, o Moses Mabhida nasceu mesmo e foram gastos 2,8 mil milhões de rands, ou seja, cerca de 280 milhões de euros.
O grande problema é que no pós-mundial ainda não há destino certo para tanto investimento: a Federação de Râguebi já informou que não está interessada em passar a jogar no Moses Mabhida, mas a mudança poderá mesmo acontecer, já que os terrenos do estádio dos Sharks são propriedade da Câmara e esta poderá não renovar a licença que termina dentro de um ano.
Agora vive-se a festa do Mundial, mas o destino do Moses Mabhida é, portanto, uma incógnita.
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