Cristiano Ronaldo e Diego Godín, um obcecado pelo golo, o outro pela marcação, reeditarão este sábado na Rússia um dos duelos de alta rivalidade do dérbi de Madrid, mas com algo ainda maior em jogo: a passagem para os quartos-de-final do Mundial 2018.
Nem o Santiago Bernabéu, nem o Metropolitano. O cenário será o Estádio Olímpico de Sochi e, no lugar do duelo entre os adeptos do Real Madrid e Atlético, as bancadas estarão cheias de portugueses e uruguaios.
Cada jogada será uma batalha e cada bola lançada na área uma oportunidade de mostrar ao adversário que nada será fácil.
Marcaremos Cristiano Ronaldo "com o mesmo respeito que marcamos todos os jogadores, apesar de ser uma estrela a nível mundial vamos ter o mesmo respeito", alertou o defesa central Sebastian Coates (jogador do Sporting Clube de Portugal), na semana anterior ao duelo deste sábado.
Mas Cristiano não é qualquer jogador, e Godín sabe bem disso.
O capitão e alma da defesa uruguaia sofreu em finais da Liga dos Campeões entre Real e Atlético nas mãos de CR7, um dos maiores responsáveis pelo central não ter a conquista de 'Champions' no seu currículo.
Mas o uruguaio é forte e tem grande valor.
"Quando se fala de craques, dizemos: Sergio Ramos é craque. Mas não. Godín é que é craque, porque defende, manda, faz golo, é campeão, não falha um jogo... Esse é o verdadeiro craque", elogiou o astro argentino, Diego Maradona, há alguns dias.
CR7 vs Godín: duas estrelas diferentes, com personalidades antagónicas
A pressão estará no auge para os portugueses, que querem mostrar que a vitória no Euro 2018 não foi fruto do acaso, e para os uruguaios, que sentem que está na hora de colher os frutos do processo liderado há anos pelo técnico Oscar Tabárez.
Cristiano entende um pouco de pressão. Na última década, correu atrás dos recordes e títulos conquistados pelo rival Lionel Messi e quase sempre os igualou ou até superou.
Godín não fica muito atrás. Apesar das desvantagens económicas, o seu Atlético de Madrid foi capaz de entrar para a elite do futebol de clubes da Europa, com o uruguaio a capitanear essa trajetória.
Cristiano é fã de 'selfies', Godín limita-se a posar com capitães do passado em fotos oficiais. CR7 exibe, com orgulho, o corpo e gosta de aparecer, enquanto 'El Flaco' (O Magro) quer passar despercebido fora de campo.
Ambos na fase final das suas carreiras, são 'água e azeite' também nos discursos. Sem mexer um fio do cabelo, Cristiano admite: "Enquanto jogar, quero ganhar tudo que for possível".
Do outro lado do campo, Godín preza pela humildade e confiança: "Se os nossos atacantes estiverem bem e conseguirmos ser solidários na defesa, faremos um grande Mundial"
Outro amante dos discursos ponderados, o técnico uruguaio Oscar Tabarez, definiu o seu capitão há algum tempo: "É difícil resumir uma personalidade numa só característica, mas em Godín poderia ser a sua força mental pelo futebol".
Uma definição que também caberia a Cristiano Ronaldo, que procura dar a Portugal o seu primeiro Mundial. Já Godín quer ajudar a 'Celeste' no caminho rumo ao tricampeonato mundial, após as distantes conquistas nos Mundiais de 1930 e 1950.
O Uruguai - Portugal, dos oitavos-de-final do Mundial 2018, está marcado para às 19h00 deste sábado.
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