Portugal despede-se do Mundial 2010 nos oitavos-de-final, recuando assim face ao 4º lugar alcançado no Alemanha’2006. Um golo solitário do mortífero David Villa foi o suficiente para Espanha vencer o primeiro duelo ibérico em jogos a contar para Mundiais.
A selecção espanhola entrou melhor na partida e muito cedo podia ter chegado ao golo, não fosse a boa exibição de Eduardo - o melhor português desta noite e um dos que mais brilhou nesta prova -, que salvou três golos nos primeiros 10 minutos.
A dinâmica do ‘tiki-taka’ espanhol, com o seu poderoso meio-campo a ditar a lei e o ritmo da partida, não deixava Portugal respirar no arranque do jogo. E a selecção parecia ainda acusar a titularidade de Ricardo Costa como lateral direito e Pepe à frente da defesa.
Portugal só declarou independência ao domínio da selecção de Vicente del Bosque aos 20’, com um remate de Tiago, para uma defesa apertada de Casillas. Esse tiro mudou a face do jogo e os Navegadores acertaram as suas coordenadas, começando a equilibrar a contenda.
Ronaldo tentou também a sua sorte de livre, mas a bola voltou a parar nas mãos do guardião espanhol. Hugo Almeida e Tiago ensaiaram igualmente bons cabeceamentos, mas ambos ao lado, desperdiçando assim a oportunidade de assumir o controlo do jogo em absoluto.
O calculismo começou a vingar no início da segunda parte, onde Portugal até entrou bem, com Queiroz e del Bosque a marcarem-se nas substituições, mas o golo de Villa reescreveu a história do jogo. Xavi desmarcou o avançado espanhol, em posição muito duvidosa, que atirou para uma primeira defesa de Eduardo, mas não perdoou na recarga, num lance onde a defesa portuguesa consentiu demasiado espaço ao goleador deste Mundial.
Com a vantagem alcançada, Espanha encontrou-se em posição confortável para realizar o seu jogo rápido e perigoso. Por outro lado, a equipa portuguesa deu provas de desagregação e viu a sua estratégia de contenção e contra-ataque ser desarmada. Aliás, os campeões da Europa estiveram mais perto do segundo golo do que Portugal de chegar ao empate, apesar dos esforços de Queiroz com as entradas de Danny, Liedson e Pedro Mendes.
O jogo não terminaria sem Ricardo Costa ver o vermelho directo por suposta agressão a Capdevilla (89’).
Todos os olhos espanhóis estavam postos em Ronaldo, mas o português passou ao lado do jogo e saiu do Mundial sem glória. Desta feita, as lágrimas da eliminação foram de Eduardo, que não merecia tal desfecho.
Espanha segue assim para os quartos-de-final, onde encontrará o Paraguai, enquanto a nau de Queiroz regressa a Portugal. Esta noite, o Cabo perdeu a esperança e voltou a ser das tormentas para os portugueses.
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