Não se vê muito no mundo do futebol, um jogador e ainda por cima de alto nível falar com tanta franqueza. Álvaro Morata abriu o coração e explicou o que tem passado nos últimos meses, incluindo a lesão e a pressão a que foi submetido no último Europeu.
Citado pelo 'El País', o dianteiro falou dos obstáculos com que se tem deparado depois da lesão. A necessidade de fazer golos na Juventus passou a pesar mais nos seus ombros depois da saída de Ronaldo. "Todos temos pressão. Como estou emprestado [pelo Atlético], pode ser que falem e que olhem mais, mas quando não somos donos do nosso destino só podemos trabalhar", disse, antes de abordar o regresso complicado após a lesão.
"Estive quase um mês fora e com a pressa de voltar não estava no melhor momento em termos físicos. Tive que trabalhar muito para a equipa e não estava lúcido à frente da baliza para fazer os golos. Nas últimas partidas joguei pela esquerda, quase a fazer cobertura ao lateral. Mas o mais importante é fazer o que o Mister me pede. Claro que quero jogar melhor e fazer mais golos, mas com a lesão não é fácil voltar à melhor forma", confessou.
O dianteiro recordou ainda os momentos difíceis vividos no Europeu, em que foi bastante assobiado e chegou mesmo a receber ameaças de morte. "O Europeu começou como começou, tive várias ocasiões mas falhei, há que assumi-lo. Mas se não fosse o treinador e os meus colegas teria sido muito pior. Assobios? É desagradável para qualquer pessoa. Não somos máquinas, respeito as críticas, mas ódio não. Não é boa educação. Vi miúdos com os pais a olharem-me cheios de ódio. Ainda assim parece-me que as coisas estão a mudar e as pessoas estão-se a dar conta que há limites. Dentro de campo podem insultar-me ou até cuspir-me mas fora de campo, quando estou com a minha mulher ou os meus filhos...não, é diferente. Mas foi difícil, houve momentos em que nem me queria levantar da cama. Passei momentos muito complicados, mas foi preciso uma grande força de vontade", confessou.
Recorde-se que Morata falhou a grande penalidade que ditou a eliminação da Espanha nas meias-finais do Campeonato da Europa frente à que viria a ser a nova campeã da Europa, a Itália. A seleção espanhola defronta na quinta-feira a Grécia em Atenas e no domingo a Suécia em Sevilha, cidade que acolheu a 'La Roja' durante o Europeu.
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