A central Ana Seiça afirmou hoje que no futebol “não há impossíveis’, a quatro dias do confronto com os Estados Unidos, decisivo para o apuramento para os ‘oitavos’ do Mundial feminino de 2023.
Na ressaca do triunfo sobre o Vietname (2-0), na quinta-feira, em Hamilton, a central benfiquista lembrou que tudo pode acontecer durante os 90 minutos, embora tenha a “noção das dificuldades” que Portugal vai enfrentar face às norte-americanas.
“É claro que, em teoria, não somos as favoritas, e nós temos a noção disso, mas é futebol e tudo pode acontecer. Há surpresas e, às vezes, o coletivo, a nossa força e o nosso querer, podem-se destacar”, disse.
Os Estados Unidos levam já 19 jogos sem perder em Mundiais, desde um 1-2 com a Suécia, em 2011, e, para chegar aos ‘oitavos’, Portugal tem de bater as norte-americanas ou empatar e esperar que o já eliminado Vietname vença os Países Baixos.
“Muitas vezes os 'underdogs' podem causar surpresas. Vamos trabalhar a nossa estratégia e prepará-la o melhor possível, para conseguir surpreender os Estados Unidos, chegar à vitória e ultrapassar a fase de grupos”, disse.
Apesar das dificuldades, Portugal está como queria estar, com o seu destino nas mãos.
“Como foi dito, nós queríamos chegar ao último jogo a depender só de nós. Conseguimos esse objetivo. Temos a noção das dificuldades e o que é a potência dos Estados Unidos, mas também temos muita confiança no nosso trabalho e no crescimento que esta equipa tem vindo a ter”, frisou a central lusa, de 22 anos.
Na seleção norte-americana, muitas ‘estrelas’, a mais impactante talvez Alex Mogan.
“É o mesmo se fosse outra. Nós olhamos para as individualidades dos Estados Unidos, mas também muito para o coletivo. Há nomes que, se calhar, pesam, mas nós entramos da mesma forma, sem olhar a nomes ou camisolas. Entramos muito focadas no nosso trabalho e no que é o nosso jogo”.
Para Ana Seiça, jogar contra uma equipa como a dos Estados Unidos, “a maior potência do mundo, é uma responsabilidade, mas também é uma motivação muito, muito grande”, mais ainda porque existe a possibilidade de “continuar na competição”.
O jogo será, com toda a certeza, complicado, perante um adversário “completamente diferente” do Vietname, mas a central benfiquista deixou claro que Portugal não vai mudar a abordagem ao jogo, já que “todos os jogos são para ganhar”, e garantiu sentir-se pronta para o desafio.
"É muito importante ter a confiança do treinador e começar a titular. Dei o meu melhor em campo, mas, muito mais satisfatório, é ter conseguido a vitória e festejar os primeiros golos com as minhas colegas. É um momento muito bem, inesquecível”, frisou.
Apesar dos 22 anos e de somar apenas quatro internacionalizações, com a de Hamilton, Ana Seiça disse que estava tranquila.
“Há sempre aquele nervosismo e aquela vontade de querer estar bem, mas, quando entramos no campo, acabamos por fazer só o que nós sabemos. Correu bem à equipa e fico feliz por ter estado dentro do campo a dar o meu contributo”, afirmou.
Foi o primeiro triunfo de sempre de Portugal num Mundial, ao segundo jogo, depois do desaire por 1-0 com os Países Baixos, e a seleção teve direito a festa.
“Deu para festejar. Tínhamos a noção de que era algo histórico e, então, acabámos por festejar. Tal como nos é dito, as 24 horas até ao treino a seguir ou fazemos o luto ou festejamos. Agora, já estamos no treino a seguir e vamo-nos focar no que aí vem. Acho que era merecido festejar a vitória”, disse a central.
Em destaque, esteve Telma Encarnação, que, com um golo e uma assistência, foi eleita a melhor em campo.
“Festejámos com a Telma. Acho que foi muito importante para ela ter marcado o primeiro golo e ser a jogadora do jogo. Já levou muitos ‘calduços’, já tirámos muitas fotografias, dançámos e cantámos muito. É algo histórico e ela deve estar, certamente, muito orgulhosa e muito feliz”, finalizou.
Portugal e os Estados Unidos defrontam-se na terça-feira, pelas 19:00 (08:00 em Lisboa), no Eden Park, em Auckland, em encontro da terceira jornada do Grupo E do Mundial2023.
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