Duas em cada três futebolistas que vão participar no Mundial de futebol feminino na Austrália e Nova Zelândia tiveram de recorrer a dispensas não pagas ou dias de férias nos jogos de qualificação que tiveram de disputar.
A conclusão faz parte de um relatório da FIFPRO, Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol, sobre a fase de qualificação, com base em respostas de 362 jogadoras, hoje publicada. Foram ouvidas jogadoras das seis confederações regionais de futebol.
No total, quase 93 por cento dessas jogadoras consideram que não são suficientemente bem pagas. Um número considerável de jogadoras, 29% ainda nem sequer recebeu por ter participado nos jogos de qualificação.
O relatório destaca "caminhos e condições muito diferentes para as jogadoras que competem no mais alto nível". A FIFPRO pede que a qualificação para o Mundial "seja um processo independente, para fornecer às melhores jogadores do mundo mais oportunidades de jogar e realizar todo o seu potencial".
Apenas 40% das jogadoras inquiridas se considerou 'profissional', sendo a maior parte das vezes paga pelos resultados dos jogos.
O relatório também destaca a falta de condições médicas das futebolistas, sendo que 54% diz que não fez exame médico antes do torneio.
São mais, 70%, as que afirmam que não fizeram check-up de ECG antes do torneio, bem como as que disseram que as instalações de recuperação não eram de padrão de elite ou não existiam (66).
O voo em classe económica, inclusive para voos de longa distância, é referido por 59%.
Também há queixas de falta de tempo de recuperação entre jogos (33%) e de que os estádios e campos não estavam nos padrões aceitáveis (32).
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