Voltar ao lugar onde já fomos felizes. Há quem diga que não o devemos fazer. Mas a Seleção nacional feminina vai tentar, a partir das 8h30 da manhã (hora de Lisboa) desta quinta-feira, contrariar esse ditado popular quando entrar em campo para defrontar o Vietname em Hamiton, no Waikato Stadium, o mesmo estádio em que, em fevereiro, derrotou os Camarões para garantir então de forma época o histórico apuramento para a fase final deste Campeonato do Mundo.
O jogo com o Vietname diz respeito à segunda jornada do Grupo E e coloca frente a frente seleções duas estreantes, que saíram derrotadas da jornada inaugural, o que torna o triunfo um imperativo para ambas.
E, nesta tentativa de fazer (ainda mais) história e somar a primeira vitória em fases finais de Campeonatos do Mundo Femininos, as navegadoras partem com algum favoritismo. Portugal ocupa atualmente o 21.º lugar do ‘ranking’ da FIFA, 11 lugares acima das vietnamitas que, contudo, têm como armas a velocidade e a entrega ao jogo ao longo dos 90 minutos.
Fátima Pinto de fora, Kika no 'onze'?
Perante um adversário bem diferente dos Países Baixos, que derrotaram Portugal na jornada inaugural, Francisco Neto irá mexer no onze. O próprio selecionador já confirmou que a centrocampista Fátima Pinto, lesionada, não vai poder jogar e Kika Nazareth, que, vinda de lesão, foi suplente utilizada na primeira jornada, deve saltar agora para a titularidade.
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A jovem avançada Telma Encarnação, outra das suplentes utilizadas na ronda inaugural e autora do único remate de Portugal na direção do alvo nesse encontro, também poderá ser titular, em detrimento de Diana Silva, enquanto no setor mais recuado Francisco Neto pode apostar em Joana Marchão à esquerda.
O próprio sistema tático poderá mudar e, depois de frente às neerlandesas, no domingo passado, Portugal se ter apresentado em 3-5-2, com três centrais, agora poderá entrar logo de início no 4-4-2 com que fechou a partida diante dos Países Baixos.
Histórico de encontros e momento de forma
Este será o primeiro jogo de sempre entre as principais seleções femininas de futebol de Portugal e do Vietname, pelo que não há um histórico que encontros que possa servir de termo de comparação, mas um olhar para os resultados mais recentes alcançados pelas duas seleções permite ver que vêm de cinco derrotas nos últimos cinco jogos que disputaram, quatro dos quais amgiáveis (todos eles frente a seleções que também estão neste Mundial): 0-3 frente à Coreia do Sul, 0-7 frente à França, 1-2 (apenas) frente à Alemanha, 0-2 frente à Nova Zelândia e (este último já a contar para o Mundial 2023, na 1.ª jornada do Grupo E) 0-3 diante dos Estados Unidos. Ou seja, apenas um golo marcado e 17 sofridos nas últimas cinco partidas.
Quanto a Portugal, para além da derrota por 1-0 na estreia neste Campeonato do Mundo ante os Países Baixos, perdeu na preparação para este Mundial por 2-1 com o Japão, empatou com o País de Gales, somou um impressionante nulo numa visita a Inglaterra e derrotou depois a Ucrânia por 2-0 no Estádio do Bessa, antes de seguir para a Nova Zelândia, onde perdeu com a Noruega, numa partida disputada à porta fechada. Ou seja, desde que selou o apuramento para o Mundial, Portugal só ganhou um jogo, empatou dos e perdeu três.
O que dizem os selecionadores?
Francisco Neto, selecionador de Portugal: "O Vietname é um adversário completamente diferente dos Países Baixos, que retira espaço aos adversários. Os Estados Unidos tiveram dificuldades contra eles. É uma seleção que tenta defender bem e sair, com rapidez, em contra-ataque.Acima de tudo, o que nós precisamos é de ser um Portugal dominador com bola, um Portugal que se consiga instalar no último terço, um Portugal que consiga ter uma dinâmica ofensiva que permita chegar com muita gente à área, com muitos remates."
Duc Chung Mai, selecionador do Vietname: "Queremos ganhar e marcar. Temos treinado a defender juntas e a atacar rápido quando tivermos a bola. Contra equipas mais físicas do que nós, não podemos jogar pelo ar, tempos é de jogar rápido. Aprendemos muito nos últimos tempos. Fizemos oito jogos, com equipas como Espanha, Nova Zelândia, Alemanha ou Estados Unidos, equipas de grande nível. Aprendemos muito com elas e estamos mais confiantes, sabendo que podemos fazer melhor"
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