O treinador do Flamengo, o português Jorge Jesus, admitiu hoje que a final do Mundial de clubes de futebol é “a mais importante da carreira” e assegurou que os brasileiros vão disputar a decisão “sem receio de ninguém”.
“É a final mais importante da minha carreira. Da mesma forma que será para o outro treinador que a vai disputar. Se for o do Liverpool [Jürgen Klopp], já ganhou uma 'Champions', que é importante, mas o Campeonato do Mundo de clubes é uma competição que vai ser cada vez mais importante e difícil. Esta final é a cereja em cima do bolo que tem sido a época do Flamengo”, afirmou Jorge Jesus, em conferência de imprensa, em Doha.
O técnico luso, que disputou duas finais da Liga Europa com o Benfica, em 2013 e 2014, falava depois do triunfo do Flamengo sobre os sauditas do Al-Hilal, por 3-1, que qualificou o emblema do Rio de Janeiro para a final da prova, na qual vai defrontar, no sábado, o vencedor do duelo de quinta-feira entre os ingleses do Liverpool e os mexicanos do Monterrey.
Jorge Jesus salientou a capacidade dos jogadores do Flamengo, que, tal como na final da Taça Libertadores, diante do River Plate, “acreditaram até ao fim” e conseguiram dar a volta ao resultado, depois de uma primeira parte em que o Al-Hilal “foi muito melhor” do que os 'cariocas'.
“O Al-Hilal foi muito melhor do que o Flamengo nos primeiros 30 minutos. Ao intervalo, falámos, particularmente com três jogadores. Ou esses três jogadores subiam a qualidade individual ou a equipa não conseguiria vir para cima. Na segunda parte, fomos mais dinâmicos, tivemos mais espaço e conseguimos ser superiores”, observou Jesus.
Quanto ao adversário da final, Jorge Jesus não apontou qualquer preferência, embora ressalvando que “o Liverpool é favorito, mas terá de ganhar ao Monterrey, que também é uma boa equipa”.
“Independentemente da equipa que nos calhar, teremos o mesmo respeito. Vamos disputar a final sem receio de ninguém e sempre pensando da mesma forma, que podemos ser campeões do mundo de clubes”, referiu.
Jesus voltou ainda a mencionar a qualidade do primeiro plantel que orientou no Benfica, em 2009/10, depois de ser confrontado com a veia goleadora do Flamengo.
"Se foi a melhor equipa ofensivamente que já treinei, não sei. Seguramente foi uma das melhores, mas também tive a oportunidade de trabalhar com grandes jogadores, mais particularmente no meu primeiro ano no Benfica, onde tive grandes jogadores individualmente que fizeram também com que essa equpa fosse muito forte", disse.
"Neste momento, o que faz a diferença é a forma como os jogadores do Flamengo me receberam, partilharam e aceitaram as minhas ideias. Aí sim, é o grupo mais forte que tive", vincou.
Já o avançado Bruno Henrique, eleito ‘homem do jogo’ e que teve influência nos três golos do Flamengo, inclusive marcando o segundo dos ‘rubro-negros’, revelou o que mudou da primeira para a segunda parte.
“Na primeira parte, faltou pressionarmos e jogarmos melhor individualmente. Tivemos apenas uma oportunidade, minha. No segundo tempo, conseguimos movimentar-nos mais, mexer com a equipa deles, aumentámos a intensidade e encurtámos mais o campo. Quando fazemos isso, somos uma equipa forte. Quando apareceram as oportunidades, fizemos os golos”, disse.
O Flamengo venceu hoje por 3-1 o Al-Hilal e apurou-se para a final do Mundial de clubes, num jogo no qual Al Dawsari deu vantagem aos sauditas, aos 18 minutos, antes de o uruguaio De Arrascaeta, aos 49, Bruno Henrique, aos 78, e um autogolo de Ali Albulayhi, aos 82, operarem a reviravolta e consumarem o triunfo dos 'cariocas'.
A equipa do Rio de Janeiro, vencedora da Taça Intercontinental em 1981, vai disputar a final do Mundial de clubes no sábado, num encontro em que terá pela frente o vencedor da outra-meia-final, entre os ingleses do Liverpool e os mexicanos do Monterrey, que se defrontam na quarta-feira.
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