É esta quinta-feira que se ficará a conhecer o resultado do sorteio do primeiro verdadeiro Mundial de Clubes de futebol, prova que se realizará entre 15 de junho e 13 julho de 2025, nos EUA. O novo formato desta competição, a realizar-se de quatro em quatro anos, contará nesta primeira edição com 32 clubes das seis confederações da FIFA.
Quem participa? 32 equipas dos quatro cantos do Mundo
A prova será disputada por 32 clubes, entre eles o FC Porto e o Benfica. Dos 32 participantes, 31 apuraram-se com base no desempenho na principal competição continental da sua confederação, de 2021 a 2024, e no ranking publicado pela FIFA em dezembro de 2023, enquanto a vaga remanescente ficou para o país anfitrião do Mundial.
A Europa é o continente mais representado, com 12 equipas (últimos quatro vencedores da Liga dos Campeões e oito pelo ranking continental, sem que nenhum país possa ter mais do que dois representantes vindos desse ranking). A América do Sul terá seis (os últimos quatro vencedores da Taça Libertadores e dois pelo ranking continental), enquanto a América do Norte, Central e Caraíbas terão cinco equipas (últimos quatro vencedores da Liga dos Campeões da Concacaf), e África estará representada por quatro (dois últimos vencedores da Champions da CAF e mais dois com melhor ranking do continente). Por fim, a Ásia também contará com quatro representantes, entre os quais o Al-Hilal, de Jorge Jesus, (três vencedores da Liga dos Campeões da AFC, mais o clube com melhor ranking continental) e a Oceânia será representada apenas por uma (definida pelo ranking continental), tal como o país-organizador (vencedor da Supporters' Cup da MLS, neste o caso o Inter Miami).
FOTOS: Os 32 clubes que participam no Mundial de clubes de 2025
- Europa (UEFA): Chelsea (Ing), Real Madrid (Esp), Manchester City (Ing), Bayern Munique (Ale), Borussia Dortmund (Ale), Salzburgo (Aut), Paris Saint-Germain (Fra), Atlético Madrid (Esp), Inter Milão (Ita), Juventus (Ita), FC Porto (Por) e Benfica (Por).
- América do Sul (CONMEBOL): Palmeiras (Bra), Flamengo (Bra), Fluminense (Bra), Botafogo (Bra), River Plate (Arg) e Boca Juniors (Arg).
- América do Norte, Central e Caraíbas (Concacaf): Monterrey (Mex), Seattle Sounders (EUA), León (Mex), Pachuca (Mex) e Inter Miami (EUA).
- África (CAF): Al-Ahly (Egi), Wydad Casablanca (Mar), Mamelodi Sundowns (Afs) e Esperance Tunis (Tun).
- Ásia (AFC): Al-Hilal (Sau), Urawa Red Diamonds (Jap), Al-Ain (EAU) e Ulsan Hyundai (Cor).
- Oceânia (OFC): Auckland City (Nze).
Qual o formato?
Os 32 clubes serão distribuídos em oito grupos de quatro equipas, disputados no formato de todos contra todos, no total de três jogos para cada equipa na fase de grupos. Os dois melhores de cada grupo apuram-se para os oitavos de final, primeira fase a eliminar da prova, jogado a uma só mão. Não haverá jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares.
O confronto direto será o primeiro critério de desempate na fase de grupos, depois aplica-se o saldo de golos e depois o número de golos marcados, caso os dois primeiros critérios não sejam suficientes.
A FIFA definiu o limite de dois clubes por cada país nesta primeira edição do Mundial de Clubes, de 32 equipas.
Os clubes devem indicar à FIFA uma lista provisória de 26 a 50 atletas, a partir da qual serão convocados entre 26 e 35 para o Mundial. Deste, apenas 26 poderão estar inscritos na ficha de cada jogo.
Tendo em conta que muitos jogadores terminam ligações (saída a custo zero ou fim de empréstimo) com os clubes no final de junho, a FIFA vai permitir uma janela de transferências extra para os participantes na prova.
Se dois dos 32 emblemas do Mundial de Clubes desejarem incluir nas respetivas listas originais o mesmo jogador que esteja prestes a terminar o seu vínculo a outro clube, a secretaria-geral do organismo regulador da modalidade vai ouvir todas as partes interessadas e decidirá essa disputa.
Entre 27 de junho e 03 de julho, a FIFA vai autorizar cada clube a substituir futebolistas com contratos expirados e a adicionar até dois novos jogadores à sua lista final, mas ninguém será elegível para competir por mais do que um emblema ao longo do torneio.
A nível disciplinar, um jogador que veja dois cartões amarelos em dois jogos seguidos, terá de cumprir um encontro de castigo. A contagem dos amarelos 'limpa' nos quartos de final, ou seja, os cartões amarelos vistos até aos oitavos de final deixam de contar nos quartos de final.
Que estádios recebem o Mundial de clubes de 2025?
A prova irá decorrer nos EUA, um dos países que irá receber o Mundial de 2026, a par do México e do Canadá. Os 63 jogos do Mundial de Clubes serão disputados em 12 estádios de 11 estados. Desses 11 estados, nove ficam na Costa Leste e apenas dois na Costa Oeste (Los Angeles e Seatle), de forma a diminuir a diferença horária para a Europa.
O jogo inaugural será disputado no dia 15 de junho no Estádio Hard Rock, o último jogo que marcará a final da prova decorrerá no MetLife Stadium, em Nova York Nova Jersey.
FOTOS: Os 12 estádios que vão receber jogos do Mundial de Clubes de 2025
E os prémios? Além da Taça, 50 milhões de euros só pela participação
A FIFA ainda não divulgou os valores dos prémios porque ainda está em negociações para a venda dos direitos de imagem da prova. A entidade que rege o futebol mundial esperava distribuir 32 equipas participantes qualquer coisa como 2 mil milhões de euros em prémios.
Para já, o que se sabe é que os 63 jogos do Mundial de Clubes serão transmitido em sinal aberto pela DAZN, a maior plataforma de streaming de desporto do mundo.
Cada clube deverá receber, só pela participação, 50 milhões de euros. O valor irá aumentar mediante os resultados conseguidos ao longo da prova. Está estimado que o vencedor da prova receba 100 milhões de euros, muito acima dos 4,68 milhões de euros pagos ao Manchester City por ter conquistado a última edição do Mundial de Clubes em janeiro de 2024.
No entanto, os valores a atribuir poderão vir a ser bem inferiores. A FIFA tem estado em negociações para a venda dos direitos de TV da prova mas, até agora, ninguém fez uma proposta que agrade ao organismo. A última proposta, relata a imprensa internacional, era da Apple, gigante norte-americana de tecnologia que oferecia mil milhões de euros pelos direitos de transmissão de toda a competição, longe dos quatro mil milhões pretendidos pelo organismo que rege o futebol mundial.
Caso não chegue a um acordo para a venda global dos direitos de transmissão, a FIFA poderá optar por uma venda mercado a mercado, considerada menos vantajosa do ponto de vista económico.
A ausência de emblemas fortes nesta primeira edição, como Barcelona, Manchester United, Liverpool, Arsenal, AC Milan, entre outros, poderá estar a afastar potenciais compradores dos direitos de transmissão. Estes clubes têm muita influência no mercado de TV, pelo seu impacto a nível global.
Além do montante em dinheiro, o vencedor levará para casa o primeiro troféu desta nova edição, que muito se assemelha ao Mundial de seleções. O troféu apresenta ícones e imagens que retratam a história do futebol, um mapa do mundo e mostra também a posição do sistema solar no dia do jogo inaugural da prova. O design do troféu foi feito em colaboração com a Tiffany & Co.
"Inspirado por explorações pioneiras, pela tabela periódica, pela astronomia e pelos históricos Discos de Ouro da missão espacial Voyager, cada reflexo dourado simboliza a incessante busca pela grandeza [...] Com inscrições das 211 federações-membro da FIFA, representações vívidas do futebol e textos em 13 línguas e braile, o troféu une o planeta e simboliza o passado, o presente e o futuro, preservando a tradição do futebol de clubes para as próximas gerações", destaca a FIFA.
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