A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) anunciou hoje a interrupção do campeonato depois da sexta jornada e por tempo indeterminado devido à falta de verbas para o pagamento do transporte aéreo das equipas.

A sexta ronda do 'Moçambola' realiza-se este fim de semana, pelo que as seguintes jornadas ficam, para já, suspensas.

"As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) manifestaram indisponibilidade para continuar a transportar as delegações sem o correspondente pagamento imediato e, por isso, teremos de interromper o campeonato", explicou o presidente da LMF, Ananias Couana, durante uma conferência de imprensa em Maputo.

Moçambique é um país extenso, com capitais provinciais separadas por mais de mil quilómetros e com uma fraca rede rodoviária, o que obriga a recorrer a viagens na companhia estatal LAM todas as jornadas.

A LAM cobra à Liga um total de 16.260 meticais (218 euros) por pessoa.

No total, a Liga deve à LAM 77 milhões de meticais (um milhão de euros), dos quais 44 milhões de meticais (590 mil euros) dizem respeito ao ano passado e 33 milhões de meticais (442 mil euros) são deste ano.

Ananias Couana disse que a LMF requereu isenção da taxa sobre combustíveis, que corresponde a cerca de metade do valor de cada bilhete, mas o Governo ainda não respondeu.

"Com a isenção da taxa sobre os combustíveis, nós estaríamos em condições de dar continuidade ao campeonato", observou o presidente da Liga.

O valor usado pela Liga para pagar o transporte aéreo é proveniente das receitas dos direitos de transmissões televisiva, que foi atribuído à empresa ZAP.

Ananias Couana explicou que a ZAP pagou 50% do valor, tendo ficado acordado que o restante seria pago mais tarde.

"O nosso parceiro [a ZAP] tem o seu plano de tesouraria, que não lhe possibilita que neste momento efetue o pagamento. Por isso, enquanto negociamos com o Governo a retirada, pelo menos, da taxa sobre o combustível, vamos ter de interromper o campeonato", concluiu o presidente da Liga.