A conquista da Liga norte-americana de futebol (MLS) pelo Columbus Crew animou o confinamento de Pedro Santos, ausente da final de sábado em função de um teste com resultado positivo para o novo coronavírus.

“Face ao momento difícil que passamos, fiz tudo durante o ano para me proteger e estar disponível. Ter testado positivo na semana mais importante da minha carreira foi uma desilusão muito grande, mas o mais importante está feito. A equipa esteve fantástica, os meus colegas jogaram muito bem e vencemos todos juntos”, contou à Lusa o avançado.

O Columbus Crew destronou o Seattle Sounders (3-0), que procurava o ‘bicampeonato’, com dois golos do argentino Lucas Zelarayán e outro do haitiano Derrick Etienne, repetindo o título de 2008, cinco anos após a final perdida frente ao Portland Timbers.

“Foi frustrante ter ficado de fora e festejado à distância. Queria estar no campo a ajudar a equipa, mas não podia fazer nada e apenas tinha de esperar que os meus companheiros fizessem o trabalho deles. Estive bastante nervoso e ansioso, mas correu tudo bem. Atingi um objetivo que já procurava há alguns anos e estou bastante feliz”, enalteceu.

Pedro Santos, de 32 anos, entrou em confinamento em 07 de dezembro, mal recebeu o teste com resultado positivo para o novo coronavírus, efetuado no dia anterior, após a vitória sobre o New England Revolution (1-0), na final do ‘play-off’ da conferência Oeste.

“Tive alguns sintomas, mas nada de muito grave. A tosse atacou-me um pouco mais nos primeiros dias e também perdi o paladar, mas agora estou melhor e a recuperar. Acredito que estarei completamente livre da covid-19 nos próximos dias”, apontou o extremo natural de Lisboa, satisfeito por ter evitado o contágio doméstico com a mulher e o filho.

O médio Darlington Nagbe, outro habitual titular, também falhou o encontro decisivo da MLS por estar infetado, sem beliscar o rendimento do Columbus Crew, que até entrou no ‘play-off’ como terceiro colocado do Oeste, com 41 pontos, a seis do Philadelphia Union.

“É um título que nos assenta bem. Fomos a melhor equipa durante a temporada e os treinadores adversários diziam que jogávamos muito bom futebol. No início da época, fixámos o objetivo de terminar nos primeiros quatro lugares da fase regular para jogarmos em casa todos os jogos do ‘play-off’. Isso foi o fator principal para vencermos”, analisou.

Além dos quatro triunfos caseiros sobre New York Red Bulls (3-2), Nashville (2-0 após prolongamento), New England Revolution e Seattle Sounders, os ‘aurinegros’ vincaram uma “mentalidade muito forte e uma equipa bastante equilibrada em todos os aspetos”.

“Mostrámos espírito de sacrifício ao defendermos todos muito bem e em conjunto. No ataque, criámos oportunidades em transições rápidas ou em posse de bola e tivemos golos com mais de 16 passes, por exemplo. Ambicionávamos o título e fomos sempre na direção certa. Quando assim é, podemos conquistar coisas”, atestou Pedro Santos.

Os jogos no Mapfre Stadium, em Columbus, acolheram uma lotação máxima de 1.500 espetadores, em pleno combate à pandemia de covid-19, que vai fixando recordes de mortos (297.843) e casos de infeção (mais de 16 milhões) nos Estados Unidos.

“No início da retoma [em 08 de julho] não havia adeptos, mas a situação ficou mais tranquila e eles voltaram. Na parte final voltaram a fechar os estádios devido ao aumento de casos, mas na final conseguimos ter alguns espetadores. Ter adeptos ajuda sempre. Foram importantes em momentos de aperto da equipa e puderam celebrar”, realçou.

Na quarta época disputada pelo clube do estado do Ohio, um dos fundadores da MLS em 1996, Pedro Santos foi o segundo jogador mais influente do Columbus Crew ao longo do ano, com oito golos e sete assistências em 26 jogos, atrás do goleador Gyasi Zardes.

“Na temporada passada marquei mais golos [11], mas não duvido que esta foi a minha melhor época a nível pessoal e coletivo, até por todas as condicionantes que tivemos. Juntar isso tudo é fantástico e espero fazer igual ou melhor no próximo ano”, afiançou o ex-jogador de Sporting de Braga, Rio Ave, Vitória de Setúbal, Leixões e Casa Pia.

O primeiro português a conquistar a MLS convenceu os dirigentes do Columbus Crew a adicionarem mais um ano ao contrato, até dezembro de 2021, visando “mais história” na próxima Liga dos Campeões da CONCACAF, vencida por clubes do México desde 2006.

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