Vitor Bruno fez a antevisão ao encontro da Liga Europa, contra o Anderlecht (quinta-feira, 17:45), referente à quinta jornada. O treinador do FC Porto assume a responsabilidade pela má fase da equipa e acredita que tem todo o apoio da Direção azul e branca.

Veja todas as declarações de Vítor Bruno:

Mau momento e apoio da Direção: "Terá de ser o nosso sentimento amanhã. Viver o momento, senti-lo e tentar transformar o nosso último jogo e a série recente em alguma revolta. Não contra ninguém, mas revolta connosco perante o que não temos feito. Sinceramente vi os títulos, não ouvi e a forma às vezes é diferente de ler o conteúdo. Villas-Boas? Fez o que achava que tinha de fazer. É o líder máximo do clube, respeito muito. É ouvir e operacionalizar o que diz, pois é quem defende intransigentemente os interesses do clube. Ele numa esfera, eu noutra. Tentamos fazer o melhor, alinhados, sintonizados, de mão dada e querer muito que o Porto ganhe".

Hora de mudança: "Tem de ser um propósito a guiar-nos. Fazer o que nunca foi feito. O FC Porto já jogou quatro vezes e nunca ganhou aqui. Nunca fez golos. Queremos deixar marca positiva e não negativa. Somos muito positivos, acreditamos muito no nosso trabalho, temos uma crença inabalável no que fazemos todos os dias. Há ciclos. Tocou-nos a nós, tudo o que aquilo aconteceu. Em Moreira um golo de um lance inofensivo, um penálti... Não há lances claros para fazer golo, mas toca-nos a nós".

Contestação: "São questões políticas, sinceramente. A parte desportiva é demasiado importante para me perder nisso. [A contestação] É normal, o FC Porto não está a ganhar. Tem de recair em alguém. Quem é o rosto visível? É o treinador. E sou eu o responsável, não fujo a nada disso. O grande responsável sou eu, não é jogadores e direção. Assumo por inteiro. Agora, durmo de consciência tranquila, porque faço tudo em prol do FC Porto e para que o FC Porto ganhe. E tenha uma voz forte em competições internas e europeias".

Pressão: "Faz parte da vida de treinador. Sou muito prático, porque sei a minha profissão. Tenho cinco meses, mas tenho uma vida desde que nasci ligado ao futebol. Por isso não me espanta. Quando não aparecem resultados, sei em quem cai a pressão, em quem é colocado o rótulo. O que quero é ver uma equipa contente amanhã depois do jogo, de sorriso no rosto, porque merecem, porque trabalham muito, são honestos, sérios e apaixonados pelo treino. É isso que me dói mais. Não é por mim, que eu desvalorizo muito o que recai sobre mim. Não tenho problema nenhum. É óbvio que detesto perder, detesto empatar. Sou viciado em ganhar. Mas não tanto por mim, mas por eles, que merecem ganhar".

Futuro na Liga Europa: "Só me arrependo daquilo que não faço. Ponto. Começamos a tocar em demasia no que é passado e tocar pouco no futuro. É um jogo importante, temos 4 pontos, estamos no fio da navalha, não há que esconder. Mas não é nenhum drama amanhã... queremos muito ganhar! Agora a prova não acaba manhã. Temos 4 jogos, queremos muito ganhar amanhã e fazer 7 pontos. É isso que nos guia. Como temos de fazer, como temos de atuar, como sentimos, como ferve o ambiente, como controlar o Anderlecht... Isso é o que nos preocupa, foi isso que trabalhámos nestes três dias. Tristes, revoltados, magoados, doridos. Sim, três dias difíceis, mas amanhã... o bom do futebol é que há sempre para nos reinventarmos e procurar um desafio diferente. Amanhã é um desafio muito importante para nós. Queremos muito atacar, atacar de forma séria, apaixonada e honesta e com sentido muito claro: ganhar. Essa foi a nossa maior preocupação, foi vincular os jogadores a um pensamento único: a vitória".

Liderança no balneário: "Concordo que têm de aparecer novas lideranças no clube, no balneário. Eles sabem disso. Independentemente de terem 17 anos, como o Mora, ou 37, como o Marcano. Independentemente da idade, da experiência que possam ter, têm de aparecer lideranças novas, que agarrem a equipa em alguns momentos. Obviamente que isso não se consegue de um dia para o outro. A equipa é nova, muita gente nova que não começou no momento certo, no ponto de partida. Isso vai-se conquistando, vai-se ganhando. O tempo não há e urge ganhar e é isso queremos fazer amanhã".