O estádio de Alvalade viveu a 3 de Novembro de 1971 uma das histórias mais caricatas próprias do futebol.
Os leões traziam uma desvantagem de 3-2 do Ibrox Park do primeiro jogo com o Glasgow Rangers. Chico Faria e Pedro Gomes marcaram os golos que mantinham acesa a esperança do Sporting na passagem à próxima eliminatória da Taça das Taças.
Em Alvalade os adeptos estavam confiantes e os jogadores também. Yazalde, célebre goleador, abriu as hostilidades e colocou o Sporting na frente do marcador e na frente da eliminatória. Todavia, Stein começou por estragar a festa com o empate. Tomé deu nova vantagem aos leões e Stein teimava manter o Rangers em jogo ao bisar no encontro e empatar o jogo (2-2). Quando faltavam apenas cinco minutos para o fim do jogo, Peres deu uma alegria ao estádio de Alvalade ao marcar o 3-2 e levar a eliminatória para prolongamento.
Foi nesse período do jogo que o insólito aconteceu. Um golo para cada lado levou a que no final do tempo extra, o Sporting estivesse a vencer por 4-3, um resultado insuficiente devido ao 3-2 verificado no Ibrox Park. O critério dos golos marcados fora, uma regra recente no futebol internacional, deixava o Sporting pelo caminho nesta competição.
Contudo, o árbitro do encontro, o holandês Van Ravens, meteu na cabeça que os golos marcados no prolongamento não contavam para essa regra e decidiu seguir o jogo para as grandes penalidades a fim de resolver este imaginário empate. Os escoceses bem protestaram, mas Van Ravens mostrou-se convicto da decisão que tomou.
Nesta altura, brilhou o saudoso Vitor Damas com defesas providenciais levou o Sporting a uma vitória nesta fase do jogo. Entre festejos leoninos e veementes protestos escoceses, ficou ali decidido que era a equipa da casa quem seguia em frente.
Porém o delegado da UEFA presente no jogo apresentou um relatório junto deste órgão que explicava toda a situação. A UEFA acabou por dar razão ao Rangers que prosseguiu a sua carreira europeia.
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