O treinador português José Mourinho tentará na quarta-feira oferecer à Roma o seu mais importante troféu europeu de futebol - e o segundo consecutivo -, ao defrontar na final da Liga Europa o Sevilha, recordista de títulos.
O clube espanhol já ergueu seis vezes o cetro, todas no século XXI (2006, 2007, ambas ainda no formato de Taça UEFA, 2014, 2015, 2016 e 2020), com o facto intimidante para a equipa italiana de o ter feito sempre que atingiu o jogo decisivo, mas terá pela frente um técnico que também conta por títulos as cinco finais europeias disputadas.
A conquista da Liga Europa de 2022/23 é também a oportunidade de os dois clubes obterem um ‘bilhete premiado’ para a Liga dos Campeões da próxima época, uma vez que já falharam ambos esse objetivo pela via ‘regular’, impossibilitados de terminarem os respetivos campeonatos em posições de acesso à ‘Champions’.
O Sevilha está para a Liga Europa como o Real Madrid está para a Liga dos Campeões, que já conquistou 14 vezes, em 17 finais. Os andaluzes têm-se revelado ainda mais eficazes, com o ‘pleno’ de triunfos na hora das grandes decisões e o dobro dos troféus dos segundos clubes mais ganhadores: Inter Milão, Atlético de Madrid, Juventus e Liverpool, todos com três.
Os espanhóis regressaram à sua ‘praia’ depois de terem sido relegados da liga ‘milionária’ para a segunda competição europeia, ao terminarem a fase de grupos atrás do colosso Manchester City – que vai discutir o cetro com o Inter Milão – e do Borussia Dortmund.
O percurso até à final da Liga Europa não foi isento de sobressaltos, com apuramentos tangenciais frente ao PSV Eindhoven (total de 3-2, no play-off), Fenerbahçe, treinado pelo português Jorge Jesus (2-1, nos ‘oitavos’) e Juventus, ‘carrasca’ do Sporting (3-2, nas ‘meias’), apresentando uma margem mais folgada apenas nos quartos de final, ante o Manchester United (5-2).
A Roma, pelo contrário, disputa a prova desde a fase de grupos, que completou, sem brilhantismo, atrás do Betis (da mesma cidade e maior rival do Sevilha) e à frente de Ludogorets e HJK Helsínquia, tendo assegurado a qualificação para o play-off na última jornada, ao vencer na receção ao húngaros.
O guarda-redes internacional português Rui Patrício é o titular da baliza romana e um dos responsáveis pela presença na final, que foi alcançada após ter deixado pelo caminho Salzburgo (2-1, no play-off), Real Sociedad (2-0, nos ‘oitavos), Feyenoord (4-2, nos ‘quartos’, com a segunda mão a ser decidida no prolongamento) e Bayer Leverkusen (1-0, nas ‘meias’).
O avançado argentino Paulo Dybala, melhor marcador destacado da formação transalpina nesta temporada, com 16 golos, deverá ser o grande ausente da final, tendo José Mourinho afirmado que ficaria feliz se pudesse utilizar o influente jogador “durante 10 ou 15 minutos”.
A Roma prepara-se para disputar o segundo título europeu seguido, depois de na temporada passada ter conquistado a primeira edição da Liga Conferência Europa, já sob o comando técnico de José Mourinho, mais de 60 anos após o único troféu continental, a extinta Taça das Cidades com Feiras, antecessora da Taça UEFA e da Liga Europa, em 1961.
Os adeptos transalpinos esperam aumentar a ‘memorabilia’ e, para isso, contam com o ‘efeito Mourinho’, que ganhou todas as finais que disputou, sem contabilizar a Supertaça europeia, entre o vencedor da ‘Champions’ e da Liga Europa, pois perdeu as três em que marcou presença.
O treinador português, de 60 anos, iniciou a sua lenda no FC Porto, com a conquista da Liga Europa, em 2003, e da Liga dos Campeões, em 2004, dando-lhe continuidade no Inter Milão, com nova ‘Champions’, em 2010, antes de voltar a erguer a Liga Europa, em 2017, no Manchester United, e da conquista do ano passado, já na Roma.
Esta edição da Liga Europa contou a participação de duas equipas portuguesas: o Sporting de Braga caiu, sem história, logo na fase de grupos, e o Sporting, relegado da ‘Champions’, foi eliminado pela Juventus nos quartos de final, depois de ter cometido a proeza de afastar o Arsenal nos ‘oitavos’.
A final da Liga Europa da época 2022/23 está marcada para quarta-feira, na Puskas Arena, em Budapeste, com início às 20:00 (hora de Lisboa) e arbitragem do inglês Anthony Taylor.
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