O Benfica perdeu com o Chelsea por 2-1 na final da Liga Europa. Uma derrota que vem confirmar a maldição do húngaro Bela Guttmann: o ex-treinador dos "encarnados", que deu os únicos dois títulos europeus ao Benfica, afirmou que o clube não ganharia mais nenhuma final europeia sem ele.
A verdade é que, desde 1962, ano da conquista da última Taça dos Campeões Europeu, o Benfica já disputou mais sete finais em provas da UEFA, tendo perdido todas.
O clube encarnado dominou a Europa do futebol nos anos 60. Além das duas Taças dos Campeões ganhos aos espanhóis do Barcelona em 1961 (3-2 em Berna, Suíça) e do Real Madrid em 1962 (5-3 em Amesterdão, Holanda), o Benfica disputou mais três finais da Taça dos Campeões europeus, tendo perdido todas.
A maldição de Bela Guttmann começou a fazer efeito no ano seguinte. O treinador húngaro queria a renovação do seu contrato, o clube tinha outras ideias. A mágoa era tanta que Guttmann afirmara que, sem ele, nunca mais o Benfica haveria de vencer uma prova da UEFA.
Em 1963, o Benfica perdeu uma das duas finais para o AC Milan. Os encarnados foram derrotados no antigo Estádio de Wembley por 2-1. Eusébio deu vantagem aos encarnados, José Altafini fez, no segundo tempo, os dois golos dos milaneses.
Dois anos depois, nova derrota, desta vez às mãos do Inter Milão. Um golo do brasileiro Jair, aos 42 minutos, dava a vitória aos italianos e a segunda derrota do Benfica na final da prova mais importante do futebol europeu a nível de clubes.
Os encarnados haveriam de voltar a uma final europeia, três anos depois, para medir forças com o Manchester United, numa equipa onde despontavam Bobby Charlton, George Best, entre outros nomes. Eusébio, Torres, Jaime Graça e companhia não pôde com os ingleses.
Em nova final em Wembley, os ingleses fizeram valer o fator-casa mas apenas no prolongamento vergaram os portugueses, vencendo por 4-1, já com a equipa portuguesa em défice físico. O United marcou três golos em oito minutos. Charlton (53 e 98), George Best (92) e Brian Kidd (94) fizeram os tentos dos Red Devils, Jaime Graça fez o único golo encarnado, aos 79 minutos.
O Benfica passou depois por um largo período sem conseguir marcar presença num jogo decisivo da principal prova da UEFA. Nos finais dos anos 80 e inícios de 90, a glória parecia regressar ao "ninho da águia", mas o que se viu foi mais do mesmo: lágrimas, desilusão e mais duas finais perdidas.
Em 1988, o clube da Luz disputou a sua primeira final com uma equipa holandesa. Depois de 120 minutos de muita luta, o jogo foi decidido nas grandes penalidades. Vitória por 6-5 para o PSV, com Veloso a ser o único a falhar da marca dos onze metros.
As lágrimas e a desilusão de nova derrota numa final encheu os rostos dos adeptos encarnados dois anos depois, na segunda derrota numa final frente ao AC Milan. Um golo do holandês Frank Rijkaard deu a vitória aos milanenses e a quinta derrota seguida do Benfica na Taça dos Campeões Europeus.
Pelo meio, o Benfica haveria de perder outra final, agora da Taça UEFA frente aos belgas do Anderlecht. Numa decisão a duas mãos, os encarnados perderam na Bélgica por 1-0 e empataram na Luz a uma bola.
Esta quarta-feira o Benfica perdeu a final da Liga Europa para o Chelsea, ao sair derrotada por 2-1, numa final disputada na Arena de Amesterdão. Foi a sétima final perdida para o Benfica, cinco na Taça dos Clubes Campeões Europeus e dois na Taça UEFA. O clube encarnado não ganha uma prova da UEFA desde 1962.
Parece não haver formas de quebrar a maldição de Bela Guttmann.
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