O FC Porto esteve por duas vezes em vantagem na Bélgica frente ao Anderlecht, mas não conseguiu mais do que um empate a duas bolas, na quinta jornada da Fase de Liga da Liga Europa. Galeno e Fábio Vieira marcaram os golos dos portistas, que mostraram alguns sinais de recuperação, mas continuam a ser uma equipa com poucas certezas. Dado positivo foi o facto da equipa ter conseguido estancar a série de resultados negativos.

Urgia ao FC Porto dar (finalmente) uma resposta. Face às três derrotas consecutivas, era necessária uma exibição cabal e convincente para acalmar as hostes da desconfiança, possibilitando ganhar algum oxigénio para os homens de Vítor Bruno. A equipa é jovem, inexperiente, mas só os bons resultados acabam por dar tempo aos treinadores para desenvolverem as suas ideias, pelo menos na realidade portuguesa e sobretudo num clube habituado a ganhar nas últimas décadas. Em Bruxelas percebe-se que o FC Porto ainda está ligado às máquinas, e continua longe de ser uma equipa segura de si, até porque esteve por duas vezes em vantagem e deixou-se empatar, mas também se mostra muito insegura nos processos.

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Face ao 'desastre' em Moreira de Cónegos, Vítor Bruno procedeu a várias alterações na equipa, com destaque para a entrada de Otávio, a que se juntaram os regressos de Diogo Costa, Otávio, Eustáquio, Galeno e Samu. O central já não era opção desde a vitória caseira frente ao Farense por 2-1, já há mais de dois meses.

O FC Porto, 19.º na fase de Liga, tinha pela frente uma equipa que estava invicta na prova, com 10 pontos, e na 4.ª posição, fruto de três vitórias e um empate.

Jogo arrancou com o FC Porto a sofrer, mas não valeu

Foi logo a abrir, aos 30 segundos, enquanto o FC Porto ainda se posicionar em campo, que o Anderlecht atirou a bola para o fundo da baliza. Dolberg foi lançado, do lado esquerdo, e isolado, acabou por picar o esférico por cima do guarda-redes Diogo Costa. O lance servia de aviso para a capacidade atacante dos belgas.

Mas a equipa de Vítor Bruno não se deixou condicionar, estabilizou o jogo a meio campo, tentando criar perigo por intermédio dos seus jogadores mais criativos. Eustaquio teve nos pés a primeira oportunidade para o FC Porto, mas atirou à figura do guarda-redes. Os azuis e brancos atacavam com critério e voltaram a criar perigo: Jogada de Samu, que amorteceu para o remate de Nico González, mas o apontamento não teve qualquer perigo.

Enquanto as duas equipas disputavam o domínio de jogo, acabou por ser o FC Porto a chegar à vantagem. Francisco Moura foi carregado por um jogador do Anderlecht, e foi assinalada grande penalidade. Na conversão, Galeno enganou o guardião da equipa da casa e fez o primeiro da partida.

A resposta dos da casa não se fez logo sentir. O Anderlecht apresentava-se nessa fase em campo, longe do seu ADN, com um futebol pouco rendilhado e que lançava muitas vezes os seus dianteiros em profundidade, o que facilitava a vida dos azuis e brancos. O FC Porto estava sólido a nível coletivo e voltou a criar perigo, numa finalização dentro da área de Pepê, depois de uma bola endossada por Samú.

A primeira parte terminou, com Dendoncker a disparar para defesa de Diogo Costa, mas com os dragões a irem para o intervalo em vantagem mínima.

A segunda parte abriu, com uma alteração na equipa do FC Porto - entrada de Martim Fernandes e a saída de João Mário - mas também com a equipa da casa perto do golo. Ritz atirou ao poste depois de um cruzamento, em novo lance que os lusos demonstraram enorme passividade.

Cheirava a golo da equipa da casa, que acabou mesmo por surgir. Enorme falha defensiva de Pepê, e De Greef livre de pressão disparou para o empate, mas com muitas culpas para Pepê nesse lance.

Responderam os portistas, e pelos seus jogadores mais técnicos. Galeno arrancou do lado direito, e atirou em arco, ao lado da baliza.

A partir daí o encontro entrou num período de parada e resposta, e com o perigo a rondar as duas balizas. Fábio Vieira tinha entrado ao minuto 82 - um minuto antes para o lugar de Eustáquio, e de fora da área, disparou para o fundo das redes dando de novo vantagem à equipa de Vítor Bruno, que tinha agora oportunidade a poucos minutos do fim para segurar uma preciosa vantagem.

Só que a vantagem foi sol de pouca dura. Os belgas empataram três minutos depois. Numa diagonal, Amuzu rematou, com a bola ainda a sofrer um desvio de Otávio que acabou por trair Diogo Costa.

Com o Anderlecht balanceado lá na frente, em cima do apito final, Gonçalo Borges teve nos pés o 2-1. Numa jogada em que foi da direita para o meio, não bateu com convicção, a recarga foi evitada por um defesa, depois de uma tentativa de remate de Galeno.