
A Roma venceu hoje o FC Porto, por 3-2, em jogo da segunda mão do playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa. Os italianos seguem em frente na competição, deixando os dragões pelo caminho.
O apito inicial trouxe um FC Porto confiante, a procurar controlar a posse e a sair com critério para o ataque. Logo aos cinco minutos, Pellegrini deu o primeiro sinal de perigo, cabeceando por cima dentro da área portista. Do outro lado, os dragões responderam aos 11 minutos, com um excelente passe de Fábio Vieira a desmarcar Pepê, que não conseguiu dominar em condições, conquistando apenas um canto.
Com o avançar do relógio, a Roma foi equilibrando as operações e a pressão subiu de intensidade. Tiago Djaló teve um momento de aflição aos 17 minutos, ao perder a bola em zona proibida, mas recuperou a tempo de evitar males maiores. O FC Porto começou a ter dificuldades em ligar o jogo com os homens da frente, e os romanos aproveitaram para crescer.
Do céu ao inferno
Quando parecia que a equipa da casa controlava os ritmos da partida, um erro grosseiro de Svilar aos 27 minutos permitiu a Fábio Vieira servir Samu na área. O avançado não desperdiçou e, com um gesto técnico soberbo, aplicou um pontapé acrobático sensacional para inaugurar o marcador. Um verdadeiro momento de inspiração que fez explodir os adeptos portistas presentes no Olímpico de Roma.
Mas o brilho azul e branco durou pouco. Aos 35 minutos, Dybala demonstrou toda a sua classe. O argentino tabelou com Shomurodov, recebeu de volta e, com um toque subtil e colocado, bateu Diogo Costa, restabelecendo a igualdade. A defesa portista, até então coesa, tremeu e, quatro minutos depois, voltou a ver Dybala ameaçar. Com um movimento da esquerda para o meio, o camisola ‘21’ disparou um remate potente ao poste mais próximo, assustando novamente a baliza lusa.
O primeiro tempo ficou marcado pelo equilíbrio inicial, um golaço de Samu e a resposta de classe de Dybala, que recolocou a Roma no jogo. No entanto, o segundo tempo trouxe um verdadeiro pesadelo para os dragões.
Nervos à flor da pele
Mal a etapa complementar começou, o FC Porto viu-se reduzido a 10 unidades. Aos 50 minutos, Eustáquio foi expulso após uma agressão a Paredes, deixando os portistas numa situação ainda mais complicada: atrás na eliminatória e em inferioridade numérica. O desafio tornou-se uma montanha para escalar.
A Roma, sentindo o momento favorável, quase aproveitou de imediato. Aos 55 minutos, Shomurodov desperdiçou uma oportunidade de ouro ao atirar por cima quando estava em posição ideal para marcar. Uma grande perdida do avançado uzbeque, que poderia ter colocado os italianos na frente do marcador.
Em resposta à expulsão e ao domínio crescente da Roma, Martín Anselmi mexeu na equipa aos 57 minutos, retirando Pepê e lançando Gonçalo Borges para dar nova dinâmica ao ataque portista.
A pressão romana manteve-se e, aos 60 minutos, Shomurodov chegou mesmo a colocar a bola dentro da baliza de Diogo Costa. No entanto, o golo foi anulado por fora de jogo. O que ficou para a memória foi o passe genial de trivela de Dybala, que deixou o avançado em posição privilegiada antes da decisão do VAR.
Aos 69 minutos, Samu esteve muito perto de devolver a vantagem ao FC Porto. O avançado ganhou a frente a Ndicka após um pontapé longo de Diogo Costa, mas, já em desequilíbrio, viu a bola embater no ferro da baliza romana, frustrando as intenções portistas.
A Roma respondeu de imediato e, aos 70 minutos, Koné assustou Diogo Costa com um remate perigoso que passou ligeiramente por cima. O jogo ganhou ainda mais tensão um minuto depois, quando um dos adjuntos de Martín Anselmi foi expulso por protestos, depois de reclamar um alegado penálti no lance entre Samu e Ndicka, que terminou com a bola no poste.
Na reta final, com a eliminatória a fugir, Anselmi colocou todas as fichas no ataque, lançando Tomás Pérez, William Gomes e Namaso aos 82 minutos. No entanto, pouco depois, a Roma deu a machadada final. Aos 84 minutos, Dybala e Angeliño combinaram bem pela esquerda, com o espanhol a cruzar atrasado para a finalização certeira de Pisilli, que acabara de entrar. Um duro golpe nas aspirações portistas.
Rei Dybala
Aos 87 minutos, num gesto repleto de significado, Dybala – o maestro argentino que tanto fez pela equipa – foi substituído por Baldanzi. Ao deixar o campo, Dybala foi saudado com uma enorme onda de palmas e cânticos dos adeptos, que reconheciam não apenas o talento e a criatividade do jogador, mas também a entrega incondicional que marcou o seu jogo.
O FC Porto, com uma missão impossível, ainda conseguiu marcar em tempo de compensação, com Devyne Rensch a marcar na própria baliza. Mas já foi insuficiente para mudar o destino, caindo assim aos pés dos italianos
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