Carlos Carvalhal fez, ao início da tarde desta quarta-feira, 17 de fevereiro, a antevisão do jogo com a AS Roma, da primeira-mão dos 16 avos de final da Liga Europa. O técnico do SC Braga deixou elogios à equipa italiana e à Paulo Fonseca e abordou o apertado calendário dos minhotos.

O que esperar da Roma? "Vamos defrontar uma grande equipa, uma equipa que quando há paragens internacionais o treinador fica sozinho. Tem 18 internacionais A e isso demonstra a qualidade desta equipa. Há qualidade individual e coletiva, tem um treinador muitíssimo bom, como identidade muito própria, com dinâmica ofensiva forte. Teve algumas mudanças no setor defensivo e que lhe tem custado alguns golos sofridos. É 3.º no campeonato italiano e vamos defrontar uma equipa de topo europeu.

Que Braga vamos ter? "O SC Braga tem grande carácter, com jogadores a querer progredir, a aspirar a chegar ao topo do futebol, gente de trabalho, numa equipa que tem uma identidade boa, os jogadores conseguem acreditar nesta ideia. Não evoluiu tanto porque não fazemos um treino aquisitivo, andámos sempre em recuperação. A equipa tem sobrevivido às contrariedades, entre lesões e saídas, e com uma grande abnegação. É este SC Braga de grande vontade de fazer bem, de olhar olhos nos olhos a Roma e tentar discutir a eliminatória. Queremos ficar em vantagem, mas sabemos que nada fica decidido amanhã."

Vantagem de Paulo Fonseca ter treinador Braga: "Sei como a Roma joga, os pontos fortes, que são muitos, mas tem algumas vulnerabilidades. O Paulo Fonseca também conhecerá virtudes e fraquezas e hoje em dia, com as imagens e os detalhes, não me parece que haja vantagem para ninguém. Duas boas equipas e ambas vão tentar ganhar o jogo, porque não estou a ver a Roma a defender no jogo, pois tem uma matriz ofensiva. Tal como nós… Adivinha-se um grande jogo de futebol."

Calendário apertado: "A realidade é que temos jogado em desvantagem contra quase todos os adversários, menos o FC Porto, em relação ao tempo de recuperação. Não sei se é mais complicado ter só dois dias para recuperar ou ter seis ou sete jogos no mês. Ninguém recupera em três dias. Joga-se dois ou três jogos seguidos, mas jogar sempre, ao quarto, quinto, sexto, sétimo… Os jogadores estão em défice. Há capacidade de fazer dois três jogos seguidos, mas quando se entra no quarto já é gravoso. 24 horas fazem toda a diferença."

Comparação com última época: "Às vezes vejo comentários completamente ignorantes. Pessoas dizem que em Inglaterra se joga de três em três dias. Não se joga de três em três dias, jogam três, três, quatro. Pode provocar lesões e não há recuperações completas. Há muita ignorância sobre o assunto. Reportem ao ano passado e digam-me quantas equipas fizeram três jogos seguidos de três em três dias. Eu não vi. Não é normal. O normal é três quatro dias. Normalmente os jogos passam para a segunda-feira, tem sido o normal, para dar o afastamento. Faz toda a diferença, andar a caminhar sobre isto é andar a caminhar sobre arame farpado e o Braga tem feito isso muito bem, graças ao grupo que tenho, com jogadores de grande caráter."

Roma com mais tempo:  "Vamos jogar contra equipa que tem seis jogos num mês, quando nós temos 10. Qual está mais fresca? Parece-me óbvio. 72h de recuperação, contra quatro ou cinco dias. Não é a diferença da densidade, mas o afastamento entre os jogos."

Braga cresce nos jogos grandes: "Além do Leicester, no qual demos uma resposta excelente no segundo jogo com uma atuação espetacular, já jogámos contra Benfica, Sporting, FC Porto, estando este último adversário na Liga dos Campeões. E em nenhum desses jogos, à exceção do Leicester em Inglaterra, houve falta de equilíbrio. O nível motivacional está muito elevado e a equipa está pronta. Não estamos cansados".

O SC Braga recebe, esta quinta-feira, a AS Roma, em jogo da primeira-mão dos 16 avos de final da Liga Europa. O jogo está marcado para às 17h55 e terá arbitragem do romeno István Kovács.