O Sporting, aparentemente imune às convulsões diretivas, pode apurar-se na quinta-feira para a final da Liga Europa de futebol, defendendo frente ao Athletic de Bilbao a vantagem de 2-1 alcançada na primeira mão das meias-finais, em Lisboa.
Enquanto a estrutura "leonina" se viu abalada pelo caso que envolve o vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão, a equipa do Sporting acumulou bons resultados e chega ao jogo de San Mamés num dos ciclos mais positivos da temporada, com uma série de sete jogos sem derrotas (seis vitórias e um empate).
O triunfo de domingo sobre o Nacional (3-2) no campeonato, com uma equipa de recurso a pensar no confronto com os espanhóis, foi só mais um episódio numa caminhada marcada pelas vitórias sobre o Benfica (1-0) e o Athletic de Bilbao, num jogo em que valeram os golos de Insúa (76 minutos) e Capel (80), após Aurtenetxe (54) ter inaugurado o marcador a favor dos espanhóis.
Apesar de nunca ter ganho em Espanha nas competições europeias (três empates e seis derrotas), o Sporting apresenta-se assim no País Basco bastante moralizado para tentar alcançar a terceira final da história do clube, após a conquista da Taça das Taças em 1964 e a perda da Taça UEFA em 2005 para o CSKA de Moscovo.
Para garantir presença em Bucareste, naquela que seria a 16.ª final europeia do futebol português, e manter-se na corrida ao troféu ainda em posse do FC Porto, basta à equipa de Ricardo Sá Pinto um empate ou até uma derrota por um golo de diferença, desde que marque pelo menos dois.
Na "catedral" de San Mamés, os "leões" de Lisboa e os "leões" de Bilbao jogam praticamente toda a época, uma vez que, além da Liga Europa, aspiram apenas a conquistar as taças dos respetivos países, troféus em que ambos são finalistas, mas que se afiguram como compensação menor para quem atingiu as meias-finais de uma competição europeia.
A pensar no embate de quinta-feira, apesar de ainda poder alcançar o terceiro lugar no campeonato e chegar à Liga dos Campeões, Sá Pinto não quis correr riscos e poupou quase todos os elementos nucleares na Choupana, nomeadamente o guarda-redes Rui Patrício, toda a defesa, o criativo Matias Fernandez e o extremo Capel, enquanto o médio Schaars e Van Wolfswinkel alinharam na segunda parte. O avançado holandês viria a marcar de penalti o golo da vitória.
O Sporting deve por isso apresentar-se quase na máxima força, sem contar, no entanto, com o castigado Izmailov nem com o brasileiro Elias, que não está inscrito na UEFA por já ter representado o Atlético de Madrid esta época na Liga Europa.
Por seu lado, Marcelo Bielsa não se deu a esse luxo. Com a equipa também na luta por um lugar na Liga dos Campeões, o técnico argentino limitou a poupança na deslocação a Santander, deixando apenas de fora o extremo Muniain, tocado, enquanto o ponta de lança Llorente saiu no banco na segunda parte, depois de Toquero, o seu substituto no "onze" inicial, ter marcado o golo da vitória.
Perante o seu público, a equipa basca vai apresentar-se provavelmente não tão fresca como a do Sporting, mas seguramente com a mesma ambição e com os seus principais elementos, na tentativa de prosseguir rumo à inédita conquista de um troféu continental.
Sexto classificado do campeonato espanhol, o Athletic não perdeu um único dos oito confrontos em casa na presente edição da Liga Europa e ao logo da época apenas foi derrotado por três vezes no seu terreno, onde o FC Barcelona não foi além de um empate a dois.
Eliminado pelo Sporting na Taça UEFA em 1985, o conjunto basco, que venceu os três confrontos anteriores em casa com equipas portuguesas, tem agora uma oportunidade para se desforrar, em encontro marcado para as 20h05 de quinta-feira.
À mesma hora, numa meia-final cem por cento espanhola, o Valência procura inverter em casa a tendência da eliminatória com o Atlético de Madrid, que venceu a primeira mão por 4-2.
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