O Benfica foi eliminado nos quartos de final da Liga Europa aos pés do Marselha. Após o 1-0 no final dos 120 minutos, os marselheses acabaram por ser mais felizes no desempate por grandes penalidades, vencendo por 4-2.
A formação gaulesa vai agora defrontar a Atalanta nas meias-finais, após os italianos terem eliminado o Liverpool.
Domínio concedido mas sem sustos
Após uma autêntica revolução no jogo diante do Moreirense, onde nem a baliza foi 'poupada', Roger Schmidt voltou a fazer alinhar o seu onze habitual, promovendo assim os regressos de Trubin, Otamendi, António Silva, Aursnes, Florentino, Di María, Rafa e Tengstedt.
Já do lado do Marselha, foram três as alterações feitas por Jean-Louis Basset relativamente ao jogo da primeira mão no Estádio da Luz. Soglo, Ounahi e Ndiaye entraram para os lugares de Merlin, Luís Henrique e Moumbagna.
Com uma pressão alta e intensa, o Benfica entrou agressivo na partida, criando muitas dificuldades ao Marselha na altura de sair a jogar desde a sua zona defensiva. Os encarnados dispuseram do primeiro lance de relativo perigo logo aos quatro minutos quando David Neres, já dentro da área, rematou contra um defesa adversário.
Contudo os marselheses conseguiram responder e, na primeira vez que chegou junto da baliza de Trubin, obrigou o guardião ucraniano a aplicar-se após remate de Ndiaye.
Com o avançar do relógio, os encarnados recuaram ligeiramente as linhas de pressão para a saída do meio-campo dos franceses, procurando fechar os espaços junto ao seu último terço, e explorar o adiantamento do adversário para ensaiar rápidas transições. Num desses momentos, David Neres fugiu pela esquerda e serviu Rafa no coração da área, mas o português atirou ligeiramente por cima.
O Marselha tinha mais bola e, à medida que foi pressionando mais alto, começou a criar mais dificuldades às águias, que passaram por alguns momentos de aperto, sem que tal, todavia, se tenha traduzido em reais oportunidades de golo; Aubameyang ameaçou aos 24 minutos, mas o remate saiu por cima.
Sempre confortáveis, os encarnados nunca pareceram perder o controlo do jogo, anulando com relativa facilidade as iniciativas ofensivas dos marselheses.
Jogo mais aberto trouxe o que águia não queria
Para a segunda parte, Basset deixou Mbemba nos balneários, fazendo entrar Murillo, um lateral de características mais ofensivas. A precisar obrigatoriamente de marcar, a equipa da casa entrou agressiva na etapa complementar, contudo o Benfica não se encolheu e procurou também chegar junto da baliza de Pau López, deixando o jogo um tanto ou quanto partido durante alguns minutos.
Tal situação levou à criação de ocasiões para as duas equipas; Kondogbia atirou ligeiramente por cima à entrada da área, e no minuto seguinte o Benfica respondeu com dois lances consecutivos protagonizados por Di María e Aursnes que criaram perigo junto da baliza dos franceses. Pouco depois foi Trubin a fazer nova defesa, desta feita após remate frontal de Harit.
O ritmo da partida subiu drasticamente, e para reassumir o controlo do jogo, Roger Schmidt resolve fazer entrar João Mário e Kokçu para os lugares de Neres e Tengstedt. Contudo, as alterações não tiveram o efeito desejado, o Marselha continuava a apertar, criando cada vez mais perigo junto da baliza de Trubin.
O guarda-redes ucraniano esteve em destaque por duas vezes: primeiro deixando fugir uma bola aparentemente controlada após um canto, sendo obrigado a uma defesa de recurso, e pouco depois a negar o golo a Kondogbia com uma grande defesa.
Apesar dos momentos de aperto, o Benfica procurava, sempre que possível, chegar junto da área adversária. E da primeira vez que o vez na segunda parte criou muito perigo; aos 74 minutos Pau López esteve em grande destaque ao negar o golo, primeiro a Rafa, e na recarga a Di María.
Agora com um jogo mais direto, o Marselha continuava a tentar chegar ao golo, acabando por ser recompensando aos 78 minutos; Aubameyang é lançado na esquerda e cruza para o coração da área onde surge o recém-entrado Moumbagna a cabecear entre as pernas de Trubin para o 1-0.
As águias procuraram reagir de pronto ao golo sofrido; Kokçu ensaiou um remate forte, mas que acabou nas malhas laterais, e pouco depois foi Di María, com tudo para empatar, a cabecear à figura de Pau López. Com a eliminatória empatada, o jogo seguiu para prolongamento.
Mais Benfica no prolongamento, menos nos penáltis
Começava o tempo-extra, e com ele todo um outro jogo, com as duas equipas a partirem em igualdade. O Benfica entrou mais afirmativo, tomando conta da partida perante um Marselha agora mais calmo e comedido, provavelmente a acusar o esforço feito na busca do golo.
Dí Maria teve novamente o golo na cabeça aos 97 minutos, mas Pau López voltou a colocar-se no caminho com uma boa parada. O Marselha respondeu pelo inevitável Aubameyang que tentou o chapéu a Trubin, mas a bola acabou por sair ao lado.
Com a vertente física dos jogadores a ganhar cada vez mais preponderância, as duas equipas resolveram fazer alterações. No Benfica, Roger Schmidt fez sair o apagado Rafa, fazendo entrar Arthur Cabral para o seu lugar; o brasileiro ameaçou no início da segunda parte do prolongamento mas Pau López voltou a estar em bom plano.
Os encarnados foram de facto a única equipa que procurou resolver a eliminatória durante o tempo-extra, beneficiando do maior desgaste físico da formação marselhesa para tomar conta do jogo e procurar o golo que desse as meias-finais.
Contudo tudo acabou por ser resolvido através de grandes penalidades. Da marca dos onze metros o Marselha foi mais competente, acabando por garantir a passagem às meias-finais da Liga Europa, onde vai defrontar a Atalanta.
Comentários