O Benfica precisou de ir a prolongamento para garantir a passagem aos quartos de final da Liga Europa com um triunfo 'arrancado a ferros' sobre o Dínamo Zagreb por 3-0. Dois golos de Ferro e Grimaldo, já no prolongamento, consumaram a qualificação dos 'encarnados' depois de Jonas ter iniciado a reviravolta na eliminatória com um toque de classe aos 71 minutos.
Depois da derrota em Zagreb por 1-0, a equipa de Bruno Lage sentiu algumas dificuldades para abrir o marcador no Estádio da Luz e anular a desvantagem na eliminatória. Ao intervalo o marcador registava um nulo favorável aos croatas, mas as entradas de Jonas e Grimaldo no segundo tempo acabaram por ser decisivas para o início da reviravolta. O avançado brasileiro abriu o marcador aos 71 minutos, após assistência de cabeça de Pizzi, com um remate colocado para o fundo da baliza de Livakovic, mas no final do tempo regulamentar o empate na eliminatória obrigou o jogo a seguir para prolongamento.
Na primeira parte do prolongamento, dois momentos de pura 'classe' de Ferro e Grimaldo, aos 94 e 105 minutos, respetivamente, permitiram ao Benfica 'carimbar' a passagem para os quartos de final da Liga Europa. No arranque do prolongamento, tanto Vlachodimos como Livakovic foram obrigados a 'sacudir' o perigo aos remates de Gavranovic e Pizzi, respetivamente, até que o jovem central Ferro encheu-se de 'fé' e perante a plateia da Luz, à entrada da área, desferiu um 'míssil' sem hipóteses para Livakovic para o seu primeiro golo nas competições europeias. O golo de Ferro permitiu ao Benfica dilatar a vantagem no jogo e a reviravolta na eliminatória. Contudo, logo de seguida, sentiu-se um 'calafrio' a percorrer as bancadas do Estádio da Luz quando Gojak surgiu isolado na pequena área do Benfica e rematou ao lado poupando assim alguns dos 'corações' dos adeptos 'encarnados'. A 'arte' que faltou ao médio do Dínamo sobrou em excesso para Grimaldo, que, em cima do intervalo do prolongamento, deixou Livakovic 'pregado' ao relvado com um remate de belo efeito e praticamente sentenciou o apuramento do Benfica, que já jogava contra 10 elementos devido à expulsão de Stojanovic.
Com o apuramento garantido, o Benfica juntou-se a Chelsea, Nápoles, Valência, Arsenal, Eintracht Frankfurt, Slavia de Praga e Villarreal nos quartos de final da Liga Europa, cujo sorteio está marcado para esta sexta-feira, em Nyon, na Suíça.
Onze inicial
À semelhança dos jogos europeus anteriores, Bruno Lage voltou a surpreender na equipa titular. O técnico do Benfica nunca escondeu a necessidade gerir o esforço físico de alguns jogadores titulares e por isso promoveu a titularidade de Yuri Ribeiro, Zivkovic e Jota, deixando no banco Grimaldo, Jonas e João Félix. De regresso à equipa do Benfica esteve também Fejsa, que não atuava há dois meses, por lesão. Outro dado importante foi a estreia a titular do jovem Jota, que formou dupla de ataque com Rafa.
Lage precisou da 'artilharia pesada' na segunda parte
Sem Jonas e João Félix no onze titular, a estratégia do Benfica passou, em grande parte, por explorar a velocidade de antecipação e execução de Rafa Silva e Jota, fosse em saídas rápidas ou em organização ofensiva. Contudo, os croatas raramente se deixaram apanhar em contrapé, defendendo muito atrás e, sobretudo, de forma compacta e inteligente.
Já no sector defensivo, e sem Grimaldo de início, o Benfica perdeu fulgor e capacidade técnica na ala esquerda, uma vez que Yuri Ribeiro nunca conseguiu colmatar a ausência do lateral espanhol e apresentou alguns dificuldades para acompanhar os companheiros de equipa em incursões mais avançadas no terreno.
Em meia hora, os 'encarnados' não conseguiram criar qualquer oportunidade de golo sendo que o primeiro remate acabaria por surgir apenas aos 38 minutos com Pizzi a recuperar uma bola e atirar para defesa segura de Livakovic, que, pouco depois, também parou um forte pontapé de Rafa.
Além das dificuldades em chegar com perigo à baliza dos croatas, o Benfica ainda teve de fazer face às muitas paragens de jogo protagonizadas pelos jogadores adversários e, com apenas 45 minutos para reverter a eliminatória, Bruno Lage socorreu-se de Grimaldo e Jonas logo ao intervalo.
Mesmo com a ameaça de Dani Olmo, que obrigou Vlachodimos a aplicar-se, o Benfica continuou a subir a intensidade dos ataques à baliza de Livakovic, faltando melhor decisão no último passe, algo que Lage tentou melhorar, com a entrada de João Félix aos 62 minutos.
Quando teve paciência para construir e esperar pelo momento e espaço oportunos, o Benfica inaugurou o marcador: Ferro descobriu Pizzi e o médio, de cabeça, deixou Jonas de frente para a baliza e com possibilidade de fazer o que melhor sabe.
Já depois de Rafa ter construído, sozinho, uma ocasião soberana, o mesmo Jonas viu Livakovic negar-lhe o segundo tento, numa altura em que os 'encarnados' insistiam e procuravam, por todos os meios, o golo da qualificação dentro do tempo regulamentar, o que não aconteceu.
Duas 'bombas' na primeira parte do prolongamento resolveram a eliminatória
Terminado o tempo regulamentar, Benfica e Dínamo Zagreb foram obrigados a jogar mais meia hora e logo no arranque tanto Vlachodimos como Livakovic foram obrigados a 'sacudir' remates de Gavranovic e Pizzi, respetivamente, até que chegou o momento do jogo: Ferro encheu-se de 'fé' e, à entrada da área, desferiu um 'míssil' sem hipóteses para Livakovic.
Em cima do intervalo do tempo extra, Grimaldo ampliou a vantagem ao deixar Livakovic 'pregado' ao relvado com um remate em arco sem hipóteses para o guardião adversário. O segundo tempo do prolongamento só não foi um pró-forma, porque o Dínamo Zagreb voltou a falhar um golo clamoroso, pelos pés de Atiemwen, da mesma forma que Livakovic evitou que as 'águias' chegassem ao quarto, através de Pizzi.
Momento do jogo: Golo de Ferro
Numa altura em que o Benfica estava claramente em ascendente sobre o Dínamo Zagreb, o jovem central português voltou a demonstrar grande sentido de responsabilidade e confiança para desferir uma 'bomba' indefensável para entrar na história dos 'encarnados' nas competições europeias. O golo de Ferro 'virou' a eliminatória e garantiu outro tipo de tranquilidade aos 'encarnados' que viria definitivamente pelos pés de Grimaldo.
Os melhores
Vlachodimos - O guarda-redes grego redimiu-se dos erros frente ao Belenenses para se apresentar na Luz confiante e concentrado. Teve duas intervenções decisivas que poderiam ter dado um golo ao Dínamo de Zagreb, nomeadamente um lance em que os croatas poderiam ter feito o 2-1 em cima do minuto 94.
Ferro - O defesa central voltou a brilhar na Luz com um golo e uma assistência para Pizzi no lance que deu origem ao golo de Jonas. Para além de estar sempre atento às movimentações do ponta de lança Petkovic, Ferro procurava sempre colocar a bola rapidamente no ataque com passes certeiros.
Fejsa - Dois meses sem competir é muito tempo, mas o médio sérvio voltou em bom plano à competição com uma exibição segura ao lado de Gabriel, outro dos jogadores em destaque ascendente na equipa de Bruno Lage.
Pizzi - O 'maestro' do Benfica teve vários momentos determinantes no jogo tanto a definir as jogadas de ataque como na intensidade ofensiva dos 'encarnados'. Faltou-lhe um golo para coroar mais uma boa exibição.
Jonas - O 'pistolas' trouxe mais 'fogo' ao ataque do Benfica na segunda parte e não falhou nos momentos decisivos. O golo aos 71 minutos é mais um lance de génio do 'jovem' avançado brasileiro.
Rafa Silva - Correu quilómetros frente ao Dínamo Zagreb. O internacional português começou como companheiro de ataque de Jota e acabou a jogar mais na ala conferindo mais velocidade às transições rápidas dos 'encarnados'. Esteve várias oportunidades para marcar, mas encontrou sempre uma 'floresta de pernas' pela frente.
Os piores
Yuri Ribeiro - O jovem lateral português demora a afirmar-se na equipa do Benfica e frente ao Dínamo Zagreb não conseguiu apresentar grandes argumentos para lutar pela titularidade na Luz.
Zivkovic - O extremo sérvio teve a tarefa ingrata de 'desgastar' os adversários croatas com mudanças de velocidade e tentativas de remates de meia-distância. No entanto já conseguiu exibições melhores ao serviço do Benfica.
João Félix - O jovem avançado entrou no decorrer da segunda parte mas não conseguiu brilhar como noutros jogos. Procurou de forma excessiva o contacto com os adversários para arrancar faltas.
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