Conceição já tinha avisado: é para ganhar todas a competições. Por isso, apresentou o melhor FC Porto frente ao Young Boys no regresso dos 'dragões' à Liga Europa, venceu mas a exibição voltou a ser pobre, principalmente no segundo tempo, onde o FC Porto fez apenas dois remates e teve menos posse de bola do o adversário. Positivo, apenas o regresso de Soares a titularidade e logo com dois golos e a estreia história de Fábio Silva, o mais novo de sempre do FC Porto em provas da UEFA.
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O jogo: Entrar a 'matar' e voltar a 'dormir' no segundo tempo
Tal como em Portimão, o adversário voltou a marcar no primeiro remate enquadrado com a baliza. A grande penalidade convertida por Nsame, após falta de Marchesín sobre Assalé, empatava o jogo aos 15 minutos, depois do golo madrugador de Tiquinho Soares aos sete.
Um golo que podia enervar o FC Porto, depois da forma como jogou a segunda parte frente ao Portimonense no domingo. Mas a estratégia dos suíços na primeira parte era clara: ganhar a bola e procurar a costas da defensiva portista, para explorar a profundidade dada pelos velozes Assalé e Nsame. Foi assim que surgiu o empate.
Mas quem mandava no jogo era o FC Porto, pressionante como gosta Sérgio Conceição, instalado no meio-campo contrário, mas nem sempre a decidir bem no último terço. As precipitações e más decisões de Marega também não ajudavam.
O 2-1, marcado dez minutos depois do golo dos suíços, evitou nervosismos desnecessários e catapultou o Dragão para um punhado de oportunidades mas, como em outros encontros, a finalização continua a não ser uma marca deste FC Porto de Conceição.
Com a passagem do 3-4-3 para um 3-5-2 no segundo tempo, o Young Boys tomou conta do meio-campo e do jogo, enervando o Dragão. É verdade que não criava situações de perigo mas, numa segunda bola ou num lance de bola parada, podia empatar a partida e deixar o FC Porto outra vez à procura da vitória.
O FC Porto terminou o primeiro tempo com 61 por cento de posse de bola, 8-1 em remates, 4-0 em cantos mas no segundo tempo apenas fez dois remates, por Soares e Fábio Silva e viu o adversário ter mais bola nos segundos 45 minutos. Nos últimos 10 minutos, chegaram a ter 62 por cento de posse de bola, quatro remates contra apenas um do FC Porto, mas só criaram uma oportunidade clara de golo, negada por Marchesín. Sintomático, sobre uma noite em que o FC Porto voltou a apresentar duas 'caras'.
A equipa de Conceição precisa de afinar melhor o processo defensivo, principalmente quando joga contra equipas que têm avançados rápidos na frente, já que os centrais sofrem com as bolas nas costas. Os 'dragões' precisam também mais eficácia e controlar melhor os jogos, principalmente no segundo tempo. São dois jogos seguidos em que a segunda parte da equipa de Conceição deixa muito a desejar.
Momento-chave: Marchesín segura a vitória
Numa altura em que o Young Boys estava por cima e a fazer tudo para chegar ao empate, foi Marchesín a manter o Dragão na frente, negando o empate a Garcia aos 73 minutos, numa defesa com os pés, quase por instinto.
Os melhores: Soares diz presente, Otávio espalha classe
Soares voltou a ser titular e respondeu da melhor forma, marcando os dois golos do FC Porto. Podia ter feito mais golos, ele que não tem sido tão 'matador' à frente da baliza.
Otávio voltou a ser titular e voltou a mostrar qualidade. O primeiro golo de Soares começa num grande passe do brasileiro. Fez os 90 minutos, tentou carregar a equipa, com passes longos e curtos, em aceleração, quase sempre por dentro, ele que descaia na direita quando a equipa atacava.
Os Piores: Marega apagado, Marcano meio perdido
Mais um jogo em que Marega não consegue brilhar. O avançado nunca deixa de ser aposta de Conceição mas nos últimos jogos não tem correspondido. Aos 65 minutos, o maliano somava apenas sete passes, quatro dos quais bem-sucedidos, zero remates, dois duelos ganhos em cinco disputados e 12 perdas de posse, segundo dados do GoalPoint.
É na defesa que o FC Porto evidencia mais problemas neste início de época, principalmente contra equipas com avançados rápidos e a jogar um futebol direto. O regressado Marcano tarda em carburar e vai colecionando erros atrás de erros. A forma fácil como foi ultrapassado no lance que dá o penalti e o 1-1 para os suíços mostra um Marcano com pouca velocidade. E o Diogo Leite nem é chamado.
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