Com a Europa a fugir-lhe ou apenas a um golo da passagem aos oitavos de final da Liga Europa. O desfecho desta noite entre Benfica e Arsenal pode ser visto na perspetiva - copo meio cheio, meio vazio.

Para a partida em Roma, casa improvisada do Benfica devido às restrições, Jesus mexeu a nível nível tático. Com a estreia de Lucas Veríssimo, os encarnados apresentaram-se num sistema de três centrais, com Veríssimo, Verthongen e Otamendi e com Darwin e Waldschmidt como homens mais adiantados. A intenção era óbvia, dotar a equipa de uma robustez defensiva capaz de fechar os espaços aos evoluídos jogadores a cargo de Arteta.

Contudo a nível ofensivo, o Benfica sentiu-se como um peixe fora de água. Nos primeiros quarenta e cinco minutos os comandados de Jesus tiveram muita dificuldade para ter bola e para ligar os setores. Mérito para a dinâmica do Arsenal, que contudo não começou o jogo com 'o pé no acelerador'. Só ao minuto 20´ surgiu a primeira oportunidade e que oportunidade. A falta de letalidade de Aubamayang teve efeito direto no resultado final do encontro - o gabonês falhou um golo cantado a passe de Bellerín e viria a estar em mais dois lances de perigo em que voltaria a definir de pior forma.

Sem profundidade pelas alas, com Grimaldo e Diogo Gonçalves muito recuados, o Benfica também se viu muitas vezes ultrapassado pelo lado esquerdo do ataque dos gunners, e foram aí que surgiram as jogadas de perigo do Arsenal durante a primeira parte.

O Benfica só por duas vezes no 1.º tempo conseguiu colocar os ingleses em sentido. Primeiro com um pontapé de Darwin sem problemas para Leno. Em cima do intervalo voltaria a fazê-lo numa recuperação de Grimaldo, que na hora H, acabou por definir mal o lance e cruzou em vez de ter tentado o remate.

A abrir o segundo tempo, o Benfica tentou surgir com uma nova cara, mais afoito e com maior capacidade para transportar a bola.

Pizzi começou por querer demonstrar que a segunda parte poderia ser diferente, ao dar o primeiro aviso com um remate fraco. O Arsenal respondeu por Saka, mas foi o Benfica que acabou por ganhar uma grande penalidade. O cruzamento de Diogo Gonçalves tocou nas mãos de Smith-Rowe e foi assinalada grande penalidade. Pizzi na conversão colocava o Benfica em vantagem. Contudo, bastou ao Arsenal subir um pouco a intensidade para que o empate surgisse. Ao minuto 57´, Cédric cruzou para a finalização certeira de Saka. Estava feito o empate.

Aos 61´, Rafa 'contra o mundo' tentou devolver a vantagem aos encarnados, rematando para a defesa de Leno. Aubamayang teve novamente ocasião de ouro, mas voltou a não ter a frieza necessária. Até final, Everton ainda tentou num remate em arco (73), e o dianteiro gabonês do Arsenal teve nova oportunidade mas perdeu demasiado tempo e acabou por ser 'dobrado' por Lucas Veríssimo.

No final, as duas equipas pareceram contentes com o empate, o Arsenal porque saiu em vantagem na eliminatória, o Benfica porque saiu vivo do confronto com os ingleses e pode sonhar na Grécia com a passagem à próxima ronda.

Momento

O golo do empate do Arsenal apontado ao minuto 57´. Não deu tempo para o Benfica saborear a vantagem e impediu que os encarnados encetassem qualquer tipo de plano para tentar segurar o resultado.

Melhores

Lucas Veríssimo

Mesmo sem o ritmo necessário, mostrou que pode ser o patrão da defesa encarnada. Forte nos duelos individuais, demonstrou muita confiança a sair com a bola. Na segunda parte, desarmou Aubemayang quando este se preparava para finalizar.

Odegaard

Muito classe nos pés do norueguês. Deu perfume ao jogo com vários pormenores de predestinado que ficaram na retina.

Piores

Aubameyang

Noite de desinspiração total do avançado gabonês. Teve três oportunidades para desfeitear Helton Leite, mas a chance desperdiçada na primeira parte roçou o escândalo.

Reações

Jesus: "Faltou um bocadinho de sorte"

Arteta: "Podíamos ter saído daqui com outro resultado"