O Benfica perdeu na noite desta quinta-feira em Kharkiv com os ucranianos do Shakhtar Donetsk por 2-1, em jogo da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa de futebol.

Depois de um nulo ao intervalo, os ucranianos entraram melhor na segunda parte e adiantaram-se aos 56 minutos, através de Alan Patrick, o Benfica ainda igualou aos 66, por intermédio de Pizzi, na conversão de uma grande penalidade, mas o Shakhtar assegurou o triunfo aos 72, com um golo de Kovalenko.

A segunda mão está agendada para a próxima quinta-feira, dia 27, no estádio da Luz, em Lisboa.

O jogo

O Shakhtar Donetsk apresentou-se sem ritmo competitivo depois de dois meses de paragem, mas os encarnados não souberam aproveitar e, muito pelo contrário, somaram erros graves que ditaram a derrota além fronteiras.

O jogo começou com muita cautela na Ucrânia e com pouca intensidade. Aos dez minutos, o Shakhtar dominava o encontro em termos de posse de bola, frente a um Benfica bem organizado defensivamente, mas sem disposição para correr grandes riscos.

Os primeiros tempos de jogo foram realmente fracos e deixaram muito a desejar pelas duas equipas, embora sempre com um ascendente por parte dos ucranianos, que ao 15 minutos já tinham dois remates, enquanto o Benfica ainda não tinha encontrado o caminho para a baliza de Pyatov.

À meia hora de jogo, o encontro estava mais equilibrado, com o Benfica a segurar a bola com mais facilidade, embora mostrasse ainda dificuldades no corredor central e nas transições entre as alas. Enquanto isso, o Shakhtar procurava ainda fechar os espaços aos encarnados, tornando assim difícil a missão de Seferovic de chegar a zonas de finalização. Nesta altura, os ucranianos tinham já 'abanado' as redes de Vlachodimos, num golo que acabaria por ser anulado por posição irregular de Marlos.

A primeira parte do encontro chegava ao fim com um gosto amargo, depois de 45 minutos fracos para um jogo de competições europeias, ainda para mais de duas equipas 'chegadas' da Liga dos Campeões.

A segunda parte trazia mais uma vez um domínio do Shakhtar... e um Benfica pior que na primeira parte. Os ucranianos criavam oportunidade atrás de oportunidades e os homens de Lage assistiam com alguma impotência. E, ao fim de várias tentativas, o golo da equipa da casa acabou por aparecer pelos pés de Alan Patrick. Vlachodimos, que fez uma grande exibição, ainda tentou evitar o golo, mas não pode fazer e a bola entrou junto ao poste.

Aos 66 minutos, o golo do Benfica chegou pela marca dos 11 metros e pelos pés de Pizzi. Estava feita a igualdade e os benfiquistas sentiam alguma esperança numa possível reviravolta, numa altura em que o Benfica parecia estar a ganhar rumo. Falso alarme.

Aos 72 minutos, Kovalenko devolveu a vantagem à equipa de Luís Castro, num golo em que Rúben Dias ficou mal na fotografia e levou com as culpas no cartório depois de um grave erro que permitiu ao adversário ficar frente a frente com Vlachodimos.

Os restantes vinte minutos de jogo não trouxeram nada de novo de nenhum dos lados da barricada e o resultado acabaria por se manter até ao apito final de Bobby Madden. Resumindo e concluindo, a eliminatória está em aberto, mas o Benfica tem várias correções a fazer se quiser sair da Luz para os oitavos-de-final.

Os homens de Bruno Lage acumularam erros individuais e mostraram ter algumas fragilidades no meio-campo, especialmente na ligação entre Florentino Luís e Taarabt. O Benfica tem assim muitos erros a corrigir para seguir em frente na competição.

A polémica

O lance de debate da noite deu lugar ao penálti (e golo) do Benfica. Aos 66 minutos de jogo, Pyatov defendeu um primeiro remate de Tomás Tavares, mas Cervi conseguiu amortecer novamente para o colega de equipa que à segunda, atirou para o fundo da baliza. O VAR analisou o lance para avaliar um possível fora-de-jogo de Cervi, o árbitro foi ele mesmo ver as imagens e anulou o golo, mas considerou haver falta sobre Cervi e consequentemente, grande penalidade favorável à equipa portuguesa. Chamado à marca dos 11 metros, Pizzi empatou para o Benfica.

Os melhores

Do lado do Benfica é inegável a prestação de Vlachodimos, que foi o responsável pelo resultado... que poderia ter sido bem pior. O guarda-redes grego respondeu ao mais alto nível e esteve sempre pronto para 'disfarçar' aos erros cometidos pelo setor defensivo dos encarnados. Do lado ucraniano foi Kovalenko que deu nas vistas, não só pelo golo que deu a vitória ao Shakhtar, mas também pelas várias oportunidades que foi criando ao longo do encontro e que deixaram 'a nu' as fragilidades encarnadas.

Os piores

A exibição do Benfica ficou manchada pelo (grande) erro de Rúben Dias, que acabou por facilitar (e muito) o segundo golo do Shakhtar. Além disso, não foi capaz de cumprir o dever de 'proteger' Vlachodimos e deixou muitas vezes que os ucranianos chegassem a zonas de finalização com relativa facilidade. À desinspiração de Rúben Dias juntou-se a de Seferovic, que em 65 minutos não teve qualquer ação ofensiva.

Reações

Lage: "Sentimos que era preferível segurar o resultado"

Luís Castro: "Ambas as equipas queriam um resultado positivo"

Cervi: "Vamos dar a volta na segunda mão"

Pizzi: "Penso que este resultado é um pouco injusto"