Seis derrotas em outros tantos jogos, zero pontos, apenas um golo marcado, e 14 sofridos. O registo do Benfica nesta fase de grupos da Champions já era o pior de sempre de um cabeça de série, bem como o pior da história dos 'encarnados'. O 'desaire' desta noite frente ao Basileia (2-0, golos de Elyounoussi e Oberlin) deu direito a novo recorde: nunca uma equipa portuguesa havia realizado uma campanha tão pobre na liga milionária. De referir ainda que, com este resultado, a equipa de Raphaël Wicky garante a passagem aos 'oitavos' - o CSKA acabou derrotado em Old Trafford e segue para a Liga Europa.
Tal como Rui Vitória tinha anunciado, os 'encarnados' despediram-se da Champions (e das competições europeias) com um onze alternativo, com o técnico a apostar em jogadores menos utilizados, como Douglas, Lisandro, Eliseu, Samaris, Zivkovic, Diogo Gonçalves e Seferovic a jogarem de início.
Destaque ainda para a presença de João Carvalho, que até este jogo havia somado apenas 10 minutos na Taça de Portugal, no triunfo sobre o Olhanense. O jovem médio entrou para o lugar de Krovinovic que não se encontra inscrito na Liga dos Campeões. De resto, em relação ao clássico com o FC Porto, apenas Jardel e Pizzi mantiveram a titularidade.
A lutar pela passagem aos oitavos de final, o Basileia, que se apresentou com um sistema de três centrais, não precisou de muito tempo para chegar à vantagem. Aos seis minutos, Michael Lang avançou pelo corredor direito e cruzou tenso para o cabeceamento certeiro de Elyounoussi, sem qualquer oposição por parte de Douglas.
À semelhança do que aconteceu nos outros jogos da fase de grupos, o Benfica surgia apático e com dificuldades em impor o seu jogo. À passagem do quarto de hora, Pizzi tentou o golo através de um remate em zona frontal, mas a bola saiu por cima da barra. Pouco depois, foi a vez de Lisandro (18') tentar a sorte: canto cobrado na direita, com o central a desviar junto ao primeiro poste. Valeu Marek Suchý, que afastou para novo canto.
Aproveitando o facto de a equipa de Raphaël Wicky ter apostado num bloco baixo depois do golo, os 'encarnados' começaram a ganhar confiança e a pressionar junto à área dos suíços, com Jardel (20'), Diogo Gonçalves (21') e Seferovic (22) a disporem de oportunidades para restabelecer a igualdade, sem sucesso. Aos 33', Oberlin desceu pela esquerda e cruzou para o remate de Elyounoussi, travado apenas por Svilar.
Ao minuto 35, Seferovic (o jogador mais inconformado da equipa de Rui Vitória) protagonizou, quiçá, a melhor oportunidade da noite: boa movimentação do ponta da lança na zona frontal, sem qualquer marcação, a rodar e a rematar forte, obrigando Vaclik a uma defesa apertada. Logo a seguir, um contra-ataque rápido do Basileia, conduzido por Elyounoussi, podia ter terminado no 2-0, não fosse Jardel a antecipar-se a um passe de Steffen para Ajanji.
Ainda antes do intervalo, Seferovic (44') cruzou da esquerda para Pizzi, que acabou por ser desarmado na hora do remate. Fica a ideia que o defesa do Basileia corta com o braço.
Determinado a evitar o rótulo de pior prestação de uma equipa lusa na Champions, o Benfica voltou a instalar-se no meio-campo do Basileia no arranque da segunda parte. Aos 51', João Carvalho esteve perto do empate, mas o desvio, após passe de Samaris, saiu ao lado da baliza adversária.
Com os 'encarnados' novamente sem ideias no plano ofensivo, Rui Vitória lançou Jonas para o lugar de Diogo Gonçalves, mas foram os helvéticos a sorrir, com Oberlin a chegar ao 2-0, ao minuto 65: livre lateral cobrado por Zuffi, cruzamento para a área e após um desvio ao primeiro poste, Oberlin mergulhou para o 2-0. Culpas no cartório, uma vez mais, para a defesa benfiquista.
Ao minuto 73, Pizzi foi derrubado na área adversária por Balanta. O médio do Benfica ficou a pedir grande penalidade, mas o árbitro Jesús Gil mandou jogar. O número 8 dos 'encarnados' acabou por dar lugar a Gabriel Barbosa, com Samaris a ser rendido por André Almeida (74'). A equipa da casa, contudo, continuava sem ideias de jogo e por pouco não sofreu o 3-0 ao minuto 77: Svilar tentou sair a jogar, mas acabou por colocar a bola nos pés de Steffen, que atirou ao lado.
As entradas de Jonas e Gabriel Barbosa ainda proporcionaram um ou outro momento ofensivo, mas sem qualquer efeito prático por parte do conjunto 'encarnado', que nem a honra conseguiu defender neste adeus à Europa. Os assobios dos (muito poucos) adeptos presentes na Luz disseram tudo: foi uma temporada para esquecer...
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