Os incidentes antes da última final da Liga dos Campeões de futebol foram causados por “uma série de erros”, e não pela presença de adeptos do Liverpool junto ao Stade de France, concluiu hoje o senado gaulês.
“Não foi pelo facto de estarem muitos adeptos do Liverpool nas imediações do estádio, a acompanharem a sua equipa, que as coisas correram mal”, disse o presidente da comissão de cultura da câmara baixa, Laurent Lafon, durante a apresentação das conclusões de uma análise aos incidentes, ocorridos em 28 de maio, junto ao Stade de France.
O líder da comissão legislativa, François-Noël Buffet, que acompanhou Lafon na apresentação, afirmou que o ministro do Interior, Gerald Darmanin, não disse a verdade quando, inicialmente, atribui a culpa dos incidentes aos muitos adeptos ingleses que tentaram entrar no estádio com bilhetes falsos.
“As palavras do ministro do Interior não estiveram à altura, não corresponderam ao que na realidade aconteceu”, afirmou Buffet.
O ministro Gerald Darmanin acusou os adeptos ingleses de serem os principais responsáveis pelos incidentes, que, disse, foram causados pela “fraude maciça, industrial e organizada de bilhetes falsos”
As comissões do senado envolvidas na investigação concluíram que os incidentes, que obrigaram a atrasar em 36 minutos, o início do jogo entre o Real de Madrid e Liverpool, se ficaram a dever a “uma série de erros” em “todas as fases” da organização e execução do plano de segurança e à falta de coordenação entre os diversos intervenientes.
Além de ter atrasado o início do jogo, a impossibilidade de encaminhar em tempo os espetadores munidos de bilhete provocou situações caóticas no acesso ao recinto de Saint-Denis, nos arredores de Paris.
Empurrões, tentativas de entrada sem bilhete, adeptos tratados com brutalidade pelas forças de segurança, ou vítimas de roubo, foram testemunhados por quem se deslocou para o jogo, que o Real Madrid venceu, por 1-0.
Dois dias depois do jogo, a UEFA anunciou a abertura de um "inquérito independente" às falhas de segurança na final, liderado pelo português Tiago Brandão Rodrigues, ex-ministro da Educação.
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