A história da Liga dos Campeões confunde-se com a própria história do Real Madrid. Criado na época 1955-56, a prova foi uma forma de promover uma competição saudável entre os campeões dos países europeus. E, de lá para cá, mandam os emblemas do sul da Europa, com destaque para o Real Madrid.

Especial Liga dos Campeões: Acompanhe todas as decisões com o SAPO Desporto! 

O domínio merengue está bem batente nas 13 conquistas e nas três finais perdidas. A formação da capital espanhola deixa a concorrência muito longe, pelo que durante muitos anos irá manter o estatuto de 'rei' da Liga dos Campeões. Esse domínio blanco foi retomado em 2013/14, 12 anos depois da última conquista. O Real Madrid venceu quatro das últimas seis edições para estender o seu legado como dominar da prova milionária da UEFA. Só Barcelona e Liverpool, no último ano, intrometeram-se na caminhada merengue.

Os blancos foram a primeira equipa a revalidar o troféu desde que passou a chamar-se Liga dos Campeões, em 1992/93 (fase de grupos).

O AC Milan, com sete conquistas, é o segundo da lista, à frente do Liverpool com seis e Bayern de Múnique, e Barcelona, ambos com cinco. Benfica e FC Porto, ambos com duas conquistas, também já inscreveram o seu nome na lista de vencedores.

Benfica acaba com domínio merengue

Na sua primeira edição participaram os campeões de 16 países, com o Sporting a representar Portugal. Os 'leões' caíra aos pés do Partizan de Belgrado com um agregado de 8-5 (3-3 em Lisboa e derrota 5-2 fora).

O Real Madrid eliminou o Servette da Suíça, o Partizan de Belgrado e o AC Milan para vencer a primeira edição, depois de bater o Stade de Reims por 4-3 na final disputada no Parque dos Príncipes, em Paris. O espanhol José Villalonga foi o primeiro técnico a inscrever o seu nome na prova.

Começava aí a hegemonia merengue na prova mais cobiçada do futebol mundial a nível de clubes. Os espanhóis venceram as primeiras cinco edições e parecia impossível derrota-los. Até aparecer o Benfica, liderado por José Águas e Mário Coluna. Na caminhada 'encarnada' para o título em 1962, ficaram pelo caminho o Hearts da Escócia (2-1 e 3-0), o Ujpest da Hungria (6-2 e 1-2), o Aarhus da Dinamarca (3-1 e 4-1) e o Rapid Viena da Áustria (3-0 e 1-1). Na final, vitória por 3-2 frente ao Barcelona dos húngaros Kocsis, Kubala e Czibor, em Berna, com golos de José Águas, Ramallets (p.b.) e Mário Coluna. O técnico húngaro Béla Guttmann dava o primeiro título europeu a Portugal.

Eusébio bisou no último título do Benfica na Europa
Eusébio bisou no último título do Benfica na Europa Eusébio bisou no último título do Benfica na Europa créditos: CENTRAL PRESS / AFP

O Benfica tomou-lhe o gosto e repetiu a dose na época seguinte, frente ao todo poderoso Real Madrid, formação que tinha vencido as cinco primeiras edições antes da intromissão 'encarnada'. 5-3 foi o resultado final, num encontro onde brilhou um miúdo chamado Eusébio da Silva Ferreira, com dois golos. Cavém, Coluna e José Águas fizeram os outros tentos do Benfica, contra o hat-trick do húngaro Ferenc Puskás, a estrela dos blaugrana, juntamente com Alfredo Di Stéfano.

A península ibérica dominava a prova, domínio esse que pertencia ao Sul da Europa, já que as 11 primeiras edições foram ganhas por equipas do sul (Portugal, Espanha e Itália conquistaram 34 das 64 edições disputadas). Depois do Benfica, entrou em cena o AC Milan que derrotou o Benfica e venceu a prova em 1962-63. Seguiu-se o seu rival da cidade, o Inter Milão, que conquistou a 'orelhuda' nas duas épocas seguintes, batendo Real Madrid e Benfica na final. Começava assim a maldição das finais perdidas para os encarnados'.

O último suspiro do domínio do Sul foi dado pelo Real Madrid, equipa que ganhou a edição de 1965-66 (o sexto triunfo), antes de entrar em cena as equipas britânicas e as do centro da Europa. Celtic, Manchester United e Milan venceram as edições seguintes, antes da Holanda dominar por quatro anos, com os triunfos do Feyenoord em 1969/70 e os três seguidos do Ajax, entre 1970 e 1973. O domínio passou depois para o Bayern Munique com três conquistas seguidas (1973-1976).

Antes dos milhões houve espaço para 'underdogs'

Nas suas 64 edições, a Liga dos Campeões tem conhecido o domínio das equipas mais poderosas, dos principais campeonatos europeus. Mas houve anos para surpresas, com triunfos de equipas que não fazem parte da elite hoje em dia. Os ingleses do Nottinghan Forest venceram em 1978/79 e 1979/80; o Aston Villa em 1980/81, o Hamburgo em 1982/83, o Steaua Bucareste em 1985/86, o Estrela Vermelha em 1990/91.

O FC Porto intrometeu-se na elite e tornou-se na segunda equipa portuguesa a vencer a prova, ao derrotar o poderoso Bayern Munique na final de Viena, em 1987, vencendo por 2-1, no jogo do famoso calcanhar de Rabat Madjer. Repetira a proeza em 2004, sendo a primeira e única equipa portuguesa a vencer a prova no atual formato, onde Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha colocam quatro equipas na fase de grupos.

Liga dos Campeões 1986/87: FC Porto 2-1 Bayern Munique, o calcanhar de Madjer
Liga dos Campeões 1986/87: FC Porto 2-1 Bayern Munique, o calcanhar de Madjer Liga dos Campeões 1986/87: FC Porto 2-1 Bayern Munique, o calcanhar de Madjer

O Sporting foi o primeiro representante português na prova e não passou da primeira eliminatória, tal com o FC Porto, eliminado na segunda edição pelo Athletic Bilbao, de Espanha (tal como aconteceu em 1959/60, agora pelas mãos do Inter de Bratislava). O Benfica apareceu na terceira edição mas também não passou da primeira eliminatória, afastado pelo Sevilha.

Em 1958/59, uma equipa portuguesa conseguiu finalmente passar da primeira fase mas cairia na ronda seguinte: o Sporting eliminou os holandeses do VV DOS mas caiu perante os belgas do Standard Liège, numa altura em que a prova tinha ganho mais campeões.

O Benfica ostenta uma estatística nada agradável, onde apenas é batido pela Juventus, a equipa que mais finais perdeu. Os italianos somam dois troféus mas já perderam a final em sete ocasiões, dois mais que o Benfica, derrotado no jogo decisivo em cinco ocasiões, tal como o Bayern Munique.

Entre os países, a Espanha domina com 18 conquistas, seguido de Inglaterra com 13 e Itália com 12. As equipas alemães venceram em sete ocasiões, as holandesas em em seis e as portuguesas em quatro. França, Escócia, Roménia e a antiga Jugoslávia contam com uma conquista cada. Bélgica, Grécia e Suécia já tiveram uma equipa cada, numa final, mas saíram derrotados.

Os últimos dez vencedores da Liga dos Campeões

2019: Liverpool (ING)

2018: Real Madrid (ESP)

2017: Real Madrid (ESP)

2016: Real Madrid (ESP)

2015: Barcelona (ESP)

2014: Real Madrid (ESP)

2013: Bayern de Munique (ALE)

2012: Chelsea (ING)

2011: Barcelona (ESP)

2010: Inter de Milão (ITA)

- Número de títulos por clube

13: Real Madrid

7: AC Milan

6: Liverpool

5: Bayern de Munique, FC Barcelona

4: Ajax Amesterdão

3: Inter Milão, Manchester United

2: FC Porto, Benfica, Juventus, Nottingham Forest

1: 8. Aston Villa, Chelsea, Celtic, Borussia Dortmund, Hamburgo, Steaua Bucareste, Olympique de Marselha, Estrela Vermelha (Sérvia), PSV Eindhoven e Feyenoord.

Especial Liga dos Campeões: Acompanhe todas as decisões com o SAPO Desporto!